sábado

BPI "mata" definitivamente a OPA do BCP. No passaran

Ulrich não sabia da subida do preço das acções oferecida in extremis pelo BCP e quando soube também se mostrou indiferente. Não conheço maior humilhação do que esta a Paulo Teixeira Pinto - que partiu para a Opa ao BPI como quem tinha as favas contadas. Teve azar... E aquela gargalhada de Artur Santos Silva diz tudo...
Foi uma apresentação de resultados única a que teve lugar no BPI, dia 24 de Abril. [in Expresso assi.]
A pouco mais de cem metros de distância já havia começado a divulgação de resultados do BCP e no ar pairava uma dúvida: será que o banco presidido por Paulo Teixeira Pinto iria anunciar uma revisão do preço da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI?
A resposta não tardou. Do outro lado da rua Teixeira Pinto fez o anúncio: subiu o preço de 5,7 para 7 euros.
Na sala repleta de jornalistas, um ruído de fundo desconcentrou Fernando Ulrich, enquanto debitava sobre os bons resultados do banco. Foi visível a agitação da equipa do BPI na hora H: os telemóveis deram a notícia quase em directo e alinhados os seis membros da comissão-executiva - António Domingues (vice-presidente), e os vogais José Pena Amaral, Maria Celeste Hagatong, António Farinha Morais, Manuel Ferreira da Silva e Pedro Barreto - liam atentamente os sms que chegavam. O BCP aumentara o preço em simultâneo com a conferência do BPI, jogando a última cartada. Enquanto isso, Fernando Ulrich que começou a apresentação 15 minutos mais tarde, falava sobre rácios de eficiência, entre outros indicadores que se tornaram secundários.
Atento, o presidente do BPI fez uma pausa na apresentação e deu início a um período de perguntas e respostas.
A pergunta não se fez esperar: “o BCP acaba de subir o preço para sete euros, estava à espera”? “Não sabia”, afirmou sem demora Ulrich. “O que lhes posso dizer é que esta equipa acredita que com o projecto BPI continuaremos a criar um valor para os accionistas superior à proposta do BCP”. Após um silêncio perturbador, adiantou: “o presidente do conselho de administração deverá pronunciar-se sobre a nova oferta”.
Novas perguntas surgiram: “Ficou desapontado com o preço? Como interpreta a queda das acções do BPI?; É uma boa proposta para os accionistas de referência - La Caixa, Itaú e Allianz?”, entre outras questões, que embora com formulações diferentes iam dar ao mesmo: será que os accionistas do BPI vão aceitar a oferta?
Fernando Ulrich chutou as respostas para a frente, sem deixar de dizer que “quem não tenciona vender um activo não está à espera de preço e tanto os 5,7 euros como os sete euros são preços ridículos”. Quanto à cotação do título BPI disse ser expectável. Na altura em que foi lançada a OPA, a 13 de Março de 2006, a acção do BPI valia 4,79 euros, depois ultrapassou os 6,5 euros e “é perfeitamente natural que haja agora um período de ajustamento”. [...]