quinta-feira

O regresso de Paulo Portas ao cds/pp é um fait-divers sazonal

O dr. Paulo Portas foi alí ao ícone arquitectónico do cavaquismo, o C.C.Belém, dizer meia dúzia de balelas aos jornalistas, uma das quais está de regresso à liderança do seu partido, justificando-se que o "partido está partido", ou seja, tem muitas facções internas e mingua o número de votantes. De modo que a receita é clara: comer votos ao psd e afundar ainda mais MMendes e este psd à deriva, eis o significado da fórmula referida: o centro direita não deverá fechar-se sobre si próprio, procurando agora resgatar esses apoiantes espraiados pelo psd. É o mito do eterno retorno - para se curar das neuroses que ganhou com Durão e SLopes, agora quem paga a ausência do poder e a circuntância de ter sido jogado borda fora do exercício do poder - é o "desgraçado" de Ribeiro e Castro, que com o aniversário do filho procurou evitar falar de Paulo Portas.
De tudo diria o seguinte: este regresso de Paulo Portas às luzes da ribalta não passa dum fait-diver, ou seja, é mais um episódio cirúrgicamente dramatizado pelo actor Portas que visa proporcionar aos lisboetas e a mais alguns portugueses uma baixa intensidade informativa, muita intriga e elevado valor de entertenimento. Será assim que ele irá unificar as facções hoje divididas. É isso que Portas faz: bites, bytes & sounds. É a versão pots-Indy e post-ministro da Defesa num Up-grade forçado sacrificando a vida política ao seu correligionário de partido, Ribeiro e Castro, que partiu ainda mais o partido.
Duvido que Portugal ganhe algo com isto?