quinta-feira

A importância da Filosofia - por António Vitorino - na Linha da Frente/TSF

A rotação com que hoje António Vitorino inscreveu a necessidade de recuperar urgentemente a Filosofia na ponte epistemológica do ensino Secundário para os jardins universitários foi deveras interessante. Fê-lo na Linha da Frente - uma rúbrica da Telefonia Sem Fios (TSF), a qual serviu hoje de eco para dizer algumas verdades verdadinhas ao sistema de ensino formal e informal em Portugal e, en passent, metaforizar a metáfora do dia: Paulinho das Feiras, os Paulo Portas do partido do táxi.
A saber:
1. A Filosofia é essencial no secundário, na universidade e na vida. Com ela temos uma maior cosmovisão e humanismo. Acho que é justo ouvir dizer isto daquele que é hoje o mais eficiente, objectivo e imparcial analista político português, para desgosto de vasco Pulido valente;
2. Ficámos a saber que AV tropeçou num 18 em 73/74 à disciplina de Filosofia, altura em que eu ainda andava na Primária e desconhecia o que era esse amor à sabedoria;
3. O regresso a Freud ajuda a explicar a conduta de Paulo Portas - que corporiza na vida pública uma espécie de mito do eterno retorno, que é mais um conceito de Friedrich Nietzsche e encontrou eco em Gaia Ciência, em que se afirma algo que aqui adaptamos: e se um dia um demónio escapasse na tua (dele, Portas)mais solitária solidão e te dissesse - esta vida que tu viveste no cds/pp terás de a viver de novo inúmeras vezes mais, e não haverá nada de novo em cada dor, cada prazer e pensamento e tudo o que há de indizivelmente pequeno na vida deste partido e do seu actual e futuro líder - que agora retorna. Como se a história se repetisse, como quem vira a ampulheta da existência e levanta a poeira que hoje PPortas nos quer mandar para os olhos.
4. Depois de ouvir AV fiquei com a sensação que ele evocou tanto Freud (mais ao nível da neurose de Portas, como defesa voluntária contra as recordações intoleráveis que este ficou contra Durão Barroso - por trair o País e o ter deixado borda-fora do governo; depois pelo ressentimento de ter de (des)governar com sLopes - facto que deixou a Portas um traumatismo político de tipo infantil que hoje se manifesta retardadamente, aos 43 anos. Melhor fora que ele compensasse isso com uma sedução sexual com fim terapêutico (curioso foi Portas ter dito há meses ter-se sensibilizado para a problemática do Ambiente pelas leituras e conversas com o seu amigo Nobre Guedes);
Mas, não!!! Dá-lhe para regressar ao cds/pp procurando na Obra feita por aquele que mais odiou na política (Cavaco) para refugio comunicacional na luta fratricida que se seguirá: o C.C. Belém. Há aqui uma ironia quase trágica do destino... Como quem pretende dizer à história que ela é um ciclo repetitivo, sempre presa a um certo número de factos limitados, factos esses que se repetiram no passado, ocorrem no presente, e se repetirão no futuro, tal como as guerras, as epidemias e também a intolerância e um certo fundamentalismo e/ou conservadorismo direitóide anti-europeista que hoje já não encontra razão de ser na sociedade portuguesa. Muito menos ao nível deste cds/pp.
É por este conjunto de razões que concordamos com António Vitorino quando hoje concluíu a sua crónica afirmando que o regresso de PPortas ao cds mais não é do que uma mera coincidência filosófica. Diria que era a metáfora da própria metáfora.
Retenho, contudo, a mensagem central de António Vitorono: a Filosofia não deve ser abatida como criminosa pela 5 de Outubro, pelo que a ministra da Educação deverá tudo fazer para a dignificar e valorizar - porque com ela no Secundário e depois no Universitário são os portugueses e o País que ficam mais ricos e produzem melhores ideias, ideais e futuros prováveis neste mundo de possíveis.
Fica aqui resgistado o nosso bem haja ao António Vitorino por ter-se lembrado dos seus anos de liceu e de liceal e de ter sublinhado quão importante a Filosofia foi para ele em toda a sua vida. Mal sabia ele aos 17 anos o trajecto e a importância que viria a ter posteriormente na vida da Europa e do seu País, o que não deixa de ser também uma questão (política) e filosófica que, desta feita, já pouco ou nada se prende com a metáfora do regresso do ex-director do Indy ao partido do táxi (qualquer dia monolugar), que hoje sobrepesa nos desgraçados ombros de MMendes deste camarário-psd.
O que deixará Socas às gargalhadas pelos recantos dos jardins do Palácio de S. Bento...
Ler devia ser "proibido"
Ler pode tornar as pessoas "perigosamente" mais humanas...