quarta-feira

Parece um filme de gangsters mas chamam-lhe Universidade

A UNIVERSIDADE EM PORTUGAL...PODERÁ INSPIRAR A 7ªarte na produção de narrativas violentas...
Video Sic (Rui Verde) vs Luís Arouca . Espero que o fiel da balança sejam os tribunais, o direito e a justiça, e não alguns dos seus mais famosos licenciados...
Tráfico de diamantes, fraude fiscal e falsificação de assinaturas e de documentos na Universidade Independente (UNI), em Lisboa, estão a ser investigados pela Polícia Judiciária. Luís Arouca, reitor do estabelecimento, decidiu demitir as direcções executiva e académica da universidade, suspendendo as aulas até à próxima terça-feira. Rui Verde, ex-vice-reitor, é o principal suspeito.
A decisão de suspender todas as actividades foi tomada ontem, após a realização de uma assembleia geral extraordinária da Sociedade Independente de Desenvolvimento do Ensino Superior (SIDES), entidade gestora da Universidade Independente, na qual se decidiu acabar com todas as suspeitas de ilegalidade há muito conhecidas. Mesmo assim, centenas de alunos que ontem aguardavam o início das aulas foram apanhados de surpresa, tendo se reunido nas instalações à espera de uma explicação.
Luís Arouca, em declarações à SIC, explicou as razões de, só agora, demitir as direcções executiva e académica. “Só tomei esta atitude hoje [ontem] porque estava coibido. Com a demissão da direcção da SIDES foi possível adoptar uma posição que todos sabíamos ser fundamental, porque quem controlava a parte institucional e jurisdicional era a anterior direcção da SIDES”, afirmou o reitor, sem confirmar, porém, as suspeitas de tráfico de diamantes e lavagem de capitais: “Perante a situação de passivo, perante as dificuldades da nossa universidade e que todas têm, é espantoso acumular-se fortunas e ter-se vidas de luxo e luxúria profundamente incríveis.”
A Universidade Independente tem, de acordo com o reitor, um passivo da ordem dos oito milhões de euros. Para Luís Arouca, o principal responsável por esta situação é o ex-vice-reitor Rui Verde. “A situação começou a deteriorar-se com a ruptura com os angolanos. A partir daí, o professor Rui Verde e o seu grupo mais restrito viram que isto não iria durar muito e pensaram: ‘Vamos tentar sacar o máximo até ao fim’. Enveredaram por uma política louca de autismo, de decisão unilateral, de não passar cartão a ninguém. Serviram-se em vez de servir a universidade”, sublinha, acrescentando: “Ele é o grande responsável por défices de dezenas de milhares de contos aqui dentro, que usou em proveito próprio e que desfalcaram o equilíbrio da universidade.”
Após a investigação da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) estar concluída, com o apuramento de toda a dimensão deste caso – que parece ser muito semelhante ao da Universidade Moderna –, alguns dos 25 professores demitidos poderão reassumir funções. Para já, Luís Arouca oficializou a contratação de três novos vice-reitores e está a proceder à reformulação do corpo docente.
A investigação da Polícia Judiciária à Universidade Independente remonta há quatro anos. Entre as varias ilegalidades alegadamente cometidas destacam-se os pagamentos feitos pela conta corrente da universidade a guarda-costas e motoristas e despesas familiares. Um dos processos em que Rui Verde é protagonista é de insolvência pessoal, no valor de 585 mil euros.
A Universidade Independente é um estabelecimento de Ensino Superior privado, com cerca de 1500 alunos distribuídos por 14 cursos.
AMEAÇAS DE MORTE Rui Verde, em declarações à SIC Notícias, negou ontem todas as acusações, dizendo que foi alvo de ameaças de morte por parte do filho de Luís Arouca. “Veio o filho do senhor Arouca que me disse: ‘Ou sais a bem ou sais a mal. Se for a mal levas um tiro’. São pessoas loucas que não sabem nada de gestão. Chamaram 20 ‘capangas’, que ocuparam a UNI, e dizem que sou culpado. Têm de o provar em tribunal”, referiu.