Mendes, Carmona e José Miguel Júdice. O caos na S. Caetano à Lapa
PSD é hoje um “partido mais conservador do que há 20 anos’’, ‘‘equívoco’’ e ‘‘sem estratégia’’. Júdice escreveu a Marques Mendes e saiu (link) O advogado não poupa críticas à liderança de Marques Mendes FOTO JOÃO CARLOS SANTOS
"José Miguel Júdice decidiu sair do PSD. Vinte e cinco anos depois de ter aderido ao partido, Júdice escreveu uma carta a Marques Mendes a expor as razões da saída e confessou ao Expresso estar desiludido com a falta de rumo e de bandeiras distintivas do Partido Social Democrata que, na sua opinião, está “mais conservador do que há vinte anos”. “O PSD mudou de natureza e não consegue captar para o seu seio os dinamizadores ideológicos porque não tem nada para eles”, afirma o ex- bastonário da Ordem dos Advogados, que aderiu ao partido um ano depois da morte de Sá Carneiro e que integrou, com Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, e Pedro Santana Lopes, o famoso grupo “Nova Esperança” que, nos anos 80, combateu o Bloco Central. José Miguel Júdice ainda foi sondado por Marques Mendes para colaborar na revisão em curso do programa do PSD. Mas diz que já não existiam condições para continuar. O famoso advogado e ex-dirigente do partido - que em 98 aceitou o desafio de Marcelo para voltar à política activa - aconselha Mendes a esclarecer se quer ser de direita ou de centro-esquerda, liberal ou conservador? Porque, na sua opinião, o PSD é hoje “muito equívoco”, com “derivas”, “ausência de estratégia” e incapaz de se diferenciar do PS de Sócrates. “Diga-me três coisas que o PSD esteja a lançar de forma consistente”, desafiava ontem, num artigo de opinião no ‘Público’. Júdice acha que o mal também atinge o PS e o CDS, mas é mais feroz com o PSD, reconhecendo que José Sócrates “está a ocupar o lugar simbólico que antes ocuparam” líderes do seu partido, como Sá Carneiro ou Cavaco. Defensor do ‘sim’ no referendo do aborto, José Miguel Júdice acha que a forma como Marques Mendes conduziu o partido neste processo “foi um factor importante” para acelerar a sua desilusão. “O PSD teve uma posição sem estratégia e Marques Mendes sai como perdedor sem capitalizar a derrota”, afirma, garantindo não sonhar com qualquer carreira política. Ângela Silva
Obs: Doravante, sempre que vejo alguém a apertar a mão a MMendes penso que lhe vão vão bater... É estranho, mas é assim que vejo o actual líder deste psd, alguém batido e autor dum partido sem rumo, sem bandeira, conservador como diz, e bem, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice. Um intelectual e um dos fundadores do partido. A essa luz a sua demissão do PSD revela um afastamento ainda maior do PSD relativamente aqueles que pensavam algo acerca de alguma coisa. A surgir agora essa demissão tem um sabor a dupla derrota para Mendes que, qualquer dia, passa pelos intervalos da chuva sem se notar. O problema do PSD é, contudo, mais grave do que parece. Não há, na realidade, um líder com capacidade capaz de ser alternativa credível a Socas. E os bons tecnocratas são apenas isso mesmo: tecnocratas, e aqui inscrevo António Borges que espero nunca se abalance para a liderança, porque se o fizer e ganhar algum congresso, o que duvido, não estará lá mais do que 90 dias...
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