Emílio Sáenz, director-geral da Autoeuropa, já começou a preparar a sua saída da unidade portuguesa, de acordo com o Diário Económico. Conforme o jornal apurou, as próximas funções de Sáenz serão desempenhadas em Pamplona, onde trabalhava antes de ter vindo para Portugal. Sáenz é director-geral da fábrica de Palmela desde Outubro de 2003, altura em que sucedeu a Gerard Heuss, o primeiro director da Autoeuropa nomeado pela Volkswagen.
"Neste tempo de adorações, bajulações e missas de acção de graças o até aqui residente da Auto-Europa, Dr. Emílio Luis Sáenz Grijalba, vai deixar a gestão daquela empresa quase sem uma referência pública.A Auto-Europa não é numa empresa qualquer, pela sua dimensão, pelo que encomenda no mercado nacional e pelo que exporta é uma das principais empresas em Portugal, e numa época em que as empresas do sector automóvel estão a abandonar Portugal uma a uma, a Auto-Europa não só é quase uma excepção, como ainda há dias fez a apresentação pública da apresentação do novo modelo da VW, o Sirroco. Foram conhecidas os conflitos laborais na Auto-Europa, assim como se soube que houve um acordo responsável, sabe-se que a empresa se bate num contexto difícil e que teve algum sucesso. E na hora da despedida vimos um Emílio Sáenz falar com humildade, tentando expressar-se em português e com palavras de carinho para com a Auto-Europa e Portugal.
Emílio Sáenz não se tornou no gestor modelo de Portugal, não comprou nenhum sindicalista para o apresentar como um animal de circo, não manipulou a comunicação social para o tornar numa vedeta, não promoveu nenhuma missa de acção de graças, simplesmente fez o seu trabalho, é assim que fazem e se comportam os grandes gestores. Os resultados que apresentou não foram comunicados de imprensa, foram contas rigorosamente feitas e devidamente certificadas.
Não tenho dúvidas que se perguntarem a Emílio Sáenz qual a razão do seu sucesso vai dizer que o deve a todos os colaboradores da Auto-Europa e à sua equipa de gestores, se lhe perguntarem se não receia pelo futuro da Auto-Europa depois da sua saída vai responder que ele não é insubstituível e se lhe perguntarem se era bem remunerado responderá que o mais importante foi o prazer de liderar um projecto tão importante. É assim que se comportam os homens de H grande, são valores cada vez mais raros por estas bandas e a antítese daqueles que nos últimos tempos têm sido valorizados em Portugal."
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Obs: Ao compulsar estes dois textos lembrei-me do legado de Peter Drucker, e fácilmente conclui que - comparando Emílio Saenz com o Paulinho Macedo (das missas) é como comparar o olho ".. .." com a feira de borba. Nem na qualidade da liderança, no estilo, na relação com os media e com a sociedade. Não há comparação possível. Paulo Macedo é mais o resultado da equipa que tem e do PM Sócrates - do que o resultado da sua própria liderança. Quando vemos a sofreguidão de Macedo ao mandar celebrar missas, encomendar artigos aos seus amigos e apaniguados do sol e do expresso e demais imprensa amiga, fica-se com a impressão de que Keynes tinha mesmo razão: o sr. Macedo exagerou no seu sucesso, e desconhece - tamanha é a sua ignorância - que no longo prazo estaremos todos mortos. Só tem futuro a longo prazo quem souber gerir, em simultâneo, o curto prazo, e isso, obviamente, não se faz diante do Altar pavoneando um ego do tamanho do mundo.
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