Enjôo e hiper-alienação
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Obs: a mobilização do país-real só atina com estas tramas de cordel, que têm, naturalmente, a sua importância (limitada), mas quando esta novela contagia o país a ponto de o pôr de cócoras - dá vontade de dizer: atirem este filme ao Tejo - que ora fala de abortos, de Carolinas sal-gados (sal da parte do pai, gado da parte da mãe), de apitos dourados e conexos. A única explicação que encontro para esta congénita mal-formação do esprit luso decorre da mentira em que gostamos de vegetar, de assumirmos a dores alheias e viver, assim, numa dor que desperta um clima de saudade, de faducho que nos abre caminho para a nostalgia, e é isso tudo acumulado que nos torna incapazes de perceber o atoleiro social e moral em que estamos só pelo facto de relevar esses assuntos mais do que 2 vezes ao dia. Certos factos do Entroncamento que ocorrem neste Portugal de tanga transforma-nos mesmo nos macacos que já fomos, sucede que hoje parece que não conseguimos ser outra coisa... Aquelas imagens e narrativas subtraem-nos à melhor compreensão acerca do se passa no mundo. E o mais grave é que se olharmos para o mundo parece que ele mais não do que do que um aborto-gigante deixando as suas larvas em toda a periferia. Preferia mil vezes as narrativas do Pedro Caldeira na Bolsa de Valores, mas aguardemos que o bcp parta um braço, Macedo caía do avião em andamento, a Opa do tio Belmiro se realize e o País se safa do atoleiro estrutural em que está. Como é que é mesmo o nome deste País...
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