terça-feira

Nem de propósito... A emigração económica. Um retrato de Portugal

O emigrante
Portugal procurado por classe média europeia (link)
Comunidade estrangeira irá aumentar dez por cento este ano Sabia que são os jovens europeus do Norte que mais procuram Portugal? E que, de ano para ano, aumenta a comunidade estrangeira residente em Portugal, sobretudo trabalhadores da classe média-alta com mais poder de compra.
Estes são os resultados de um estudo realizado pelo jornal de língua inglesa The Portugal News junto dos estrangeiros que vivem em Portugal e que prevê, para 2007, um crescimento da comunidade estrangeira a rondar os oito a dez por cento.
Segundo a sondagem, revelada hoje, que teve em conta 600 inquiridos, o nosso país é cada vez mais procurado por jovens do norte da Europa que vêm em busca de novas oportunidades.
Apesar da vizinha Espanha ter dez vezes mais estrangeiros inseridos na sua comunidade, Paul Luckman, director do jornal, afirma que isto é «positivo para Portugal», visto que quem procura o nosso país «são jovens e trabalhadores da classe média-alta com mais poder de compra».
Aos inquiridos foram pedidas as suas opiniões sobre a relação destes com o Governo português, com o comércio e com os serviços nacionais que utilizam.

Obs:

Não deixa de ser paradoxal que Portugal, um país europeu, que já integrou a União Europa há mais de 20 anos, seja hoje varrido por duas tendências contraditórias: a) ser procurado por jovens casais e reformados de classe A que por cá estudam, trabalham e passam férias; b) "empurre" os seus jovens quadros para o estrangeiro - metendo-os na rota da emigração económica, visto que internamente não são geradas as oportunidades necessárias e suficientes para obsorver os quadros licenciados que saem formados dos bancos das universidades. Isto até parece uma aposta da globalização contra o homem moderno, europeu, branco e tecnológicamente avançado.

Uma aposta que consiste no seguinte: somos hoje obrigados a viver com o sentimento conflituoso dentro de nós - pensando que poderíamos fazer cá dentro mais e melhor do que aquilo que vamos fazer "out there" - destribalizados e, em inúmeros casos, encontrando uma sociedade corrupta, subdesenvolvida, feita de economias paralelas e de subornos, que vive de comissões do ouro negro, e, mais gritante ainda, em países em que não se respeitam os direitos humanos e a generalidade das pessoas sobrevive com menos de 1 dólar per day. Não sei bem porquê, mas infelizmente Angola - que ainda não é uma democracia pluralista, corresponde a este perfil de Estado-falhado que só existe política e económicamente no mapa mundo por causa das suas riquezas naturais, as quais também não têm servido para desenvolver o território e as suas gentes.

Obviamente, isto não sucede por acaso...

TOMO