quarta-feira

A Pub. da Câmara Municipal de Oeiras

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Hoje teorizámos aqui algumas ideias sobre Publicidade, e concluímos que fazer Pub., não é tocar a solo, é antes integrar um conjunto de pequenas actividades que podem ser classificadas com o título genérico de marketing, e convém que toque a sua partitura em harmonia com as demais, senão há desafinanço. E ninguém gosta de ouvir vozes fora do alinhamento.

Vem isto a propósito da Pub., que recebo na minha caixa de correio da parte da CMO - e a convite do dr. Isaltino Morais, consabidamente autarca de Oeiras. E a sua Pub., reza assim:

"O Presidente da CMO, Dr. Isaltino Morais, tem a honra de convidar V. Exa a assistir ao Concerto de Natal, pela orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, que se realiza no dia 17 de Dez., pelas 16:30, no Auditório do Centro Social e Paroquial S. Miguel Arcanjo, na Igreja de Queijas."

Programa:

B. Britten - Prelúdio e Fuga
Fr. Martin - Sonata Chiesa para flauta e cordas
G. Fauré - Messe Basse
G. Fauré Cantique de Jean Racine
Excusado será dizer, digo eu, que o convite é extensivo a mais umas centenas ou milhares de munícipes do concelho, naturalmente. Mas, e como é sabido, não apoiei o actual autarca, antes até o combati na imprensa e aqui no Macro, e num caso ele até resolveu responder-me directamente na imprensa, sempre com savoir-faire, é claro, porque em eleições todos os votos são votos. O ponto hoje é outro, o de constatar o primor do programa - cujo 1º tópico se lhe poderia dedicar.

Confesso que li, at first glance, o dito convite à pressa, e a 1ª coisa para que olhei foi, de facto, para o 1º tópico do programa - B. Britten Prelúdio e Fuga. E pensei, afinal, o homem arrependeu-se e resolveu, de algum modo, colaborar com a justiça - quer com o prelúdio, quer, depois, com a fuga - dois momentos altos na investigação e carreamento de provas a fim de apurar se, de facto, houve ou não corrupção. Até hoje... Tinha lido, de facto, mal.

Seja como fôr, agradecemos aqui o convite do autarca, mas o título é sugestivo, o que também não deixa de ser um primor de Pub. moderna aplicada ao contexto autárquico.

Confesso que fiquei com vontade de inquirir B. Britten se o prelúdio e fuga são alguma brincadeira de mau gosto ou uma sentida homenagem à pessoa do edil, descontando a aqui minha terrível ignorância em música e em acordes deste calibre. O meu Q. Pai quando intuía que lhe estava a contar estórias a mais - dizia sempre: não me dês stradivarius... Por vezes, não sei bem porquê, é isso que sinto como munícipe.