sábado

Recuperar Deleuze - ao lado de Guattari e Pasolini

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Hoje, mais do que nunca, é importante reter o essencial do pensamento de Gilles Deleuze. Não apenas por ter conseguido explicitar alguma das principais características do nosso tempo relacionadas com a sociedade informacional, em que as hierarquias se fazem de forma horizontal e rizomática, ou seja em rede, e não de forma vertical e rígida. Mas também porque nos ajuda a compreender o carácter evanescente de certas aves raras da política lusa que se distinguem pelo seu nomadismo e erratismo com que pretendem fazer política na estratosfera portuguesa.
Por outro lado, o seu contributo para o conhecimento, a ciência e a cultural - juntamente com Felix Guattari, ficou bem patente nas técnicas de psicoterapia e de psicoanálise que permitiram por a nú algumas das conexões do consciente com o inconsciente demasiado visível em alguns monos que andam por aí tropeçando nos seus próprios calcanhares.
O problema é que muitos desses pacientes da política lusa nem sequer têm consciência da enfermidade que os tolhe e, nesse sentido, só muito dificilmente conseguem rever-se, distanciar-se e até libertar-se do peso da sua (in)consciência e das barreiras que nessa cave do cérebro se colocam ao consciente. Daí as resistências (políticas e psicológicas) obtusas (geradoras de fantasmas) por parte de certos políticos que cada vez que falam ainda se enterram mais no seu própio lodo. Mas desses o que o saber clínico disponível poderá dizer não é apenas que lhes falta curar o seu inconsciente, mas também ordenar o consciente.
Certos homens em Portugal, e isto é algo que escapa ao estudo tout court do sistema político português, revelam ad nauseaum não ter um nem dispôr do outro... E é pena, porque é Portugal quem mais sofre.