segunda-feira

Poema para Galileo - por Rómulo de Carvalho/António Gedeão -

Poema para Galileo
(...)Eu queria agradecer-te, Galileo, a inteligência das coisas que me deste. Eu, e quantos milhões de homens como eu a quem tu esclareceste, ia jurar - que disparate Galileo! - e jurava a pés juntos e apostava a cabeça sem a menor hesitação - que os corpos caem tanto mais depressa quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo? Quem acredita que um penedo caia com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo na praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu. (...)Por isso estoicamente, mansamente, resistente a todas as torturas, a todas as angústias, a todos os contratempos enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas, foram caindo, caindo, caindo, caindo, caindo sempre, e sempre, ininterruptamente, na razão directa dos quadrados dos tempos.
Nota: Poema dedicado a todos os que por ele foram tocados, dentro e fora do rectângulo, d' aquém e d' além mar.