sexta-feira

Hermés: o homem novo, a mascote da informação

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Porque as notícias do mundo continuam a não prestar recorremos aqui à mitologia, se bem que esta seja mais realidade do que a própria realidade, só que é rápida como as labaredas do fogo prometéico. Porquê Hermés? É um mensageiro e o mediador entre os deuses e os homens, almas e significados, tanto opera em metafísicas como em comércio - onde protege alguns "ladrões" através da balança do nosso tempo, revestindo de boas intenções vendedores e compradores nos mercados globais do nosso tempo.
Por isso, se tivéssemos de escolher uma figura dominante na Humanidade - ainda que de forma divina e que povoa o nosso espírito, elegeríamos aqui Hermés. É veloz, astuto, hábil mediador - fazendo lembrar os quadros partidários que vivem quase exclusivamente dessas corruptelas e tráfico de influências - e é, uma espécie de mascote da era da informação em que vivemos.
Ao invés das outras figuras mitológicas, Hermés permanece actual dado que personifica como nenhum outro a psicologia social da linguagem e da comunicação que hoje todos nós utilizamos, dentro e fora do ciber-espaço. No fundo, Hermés voa tão rápido como o próprio pensamento mostrando que eles não são espíritos isolados em ilhas, mas nódulos de um rizoma que cresce como o gengibre e estabelece nós horizontais neste nosso labirinto eléctrico de palavras, imagens e sons entre muitos outros cantos e sinais que não percebemos.
Ele aparece alí maneta, desconhecemos se foi de queda, se foi depois de ouvir as declarações de Souto Moura, se na sequência das incursões de fujão Barroso a África, se dos efeitos do governo S. Lopes - que vai a livro pela mão de dona Zita um destes dias...O que sabemos é que Hermés é, na leitura do Macroscópio, o personagem que governa o mundo transtemporal de troca de informação por via real e virtual - em que o leitor e nós participamos no exacto momento em que escrevo; e enquanto escrevo estas palavras e o leitor tem a paciência de as ler através dos olhos que tem ligados ao cérebro, estamos a ser apenas um fragmento de Hermés.
Por estas valências verdadeiramente excepcionais é que se tivéssemos de escolher uma personalidade mundial (real ou virtual) elegeríamos Hermés, que é mais do que o moço de recados, um impostor, um inventor, um mercador, um mágico e um ladrão. Ainda que fosse tudo isso, era alguém que simboliza(va) esse vôo tão rápido quanto o pensamento, e isso nenhum de nós consegue.