Vinho com metafísica: líquidos com incerteza...
o vinho ardente que nas faces sentes
(como o copeiro as taças ao redor)
não deixo de beber um tal rubor.
esse vinho é tornado generoso
por quem, ao olhar-te, lhe confere cor
enquanto o outro se torna gostoso
nos ágeis pés do vindimador
in O meu coração é Árabe de Adalberto Alves, Ed. Assírio & Alvim, pág. 167
POESIA LUSO-ÁRABE
tudo tem o tempo pra que corre,
como os seres a própria morte morre.
o destino tem a cor de um camaleão
que é variável de seu próprio estado,
somos jogo de xadrez em sua mão:
perde-se, talvez, o rei por causa dum peão.
a terra fica erma, o homem enterrado.
este mundo vil nunca responde
ao enigma do Além: Aghmat o esconde.
"Elegia para al-Mu ' tamid"
Ibn Al-Labbana
in ob. cit., pág. 97.
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