quinta-feira

O "Comprimido" Portugal

Vai tudo para o Beato... Isto até poderia voltar a dar pasto para mais uma peça de teatro levada à cena por Raúl Solnado - quando há anos - alguém engedrou a ideia de que havia Petróleo ali para as bandas de Stª Apolónia.
Bom, quem é esta gente e o que querem? Em 1º lugar diria que é gente profundamente ambiciosa, i.é, pensa primeiro em si e no seu património e só depois no País, embora o objectivo seja passar a ideia contrária.
  • Pensam que integram uma elite bem pensante, que é mais gestora do que empresária, logo fala mais do que produz. Alguns deles já foram governantes, e alguns ainda estão ressentidos por terem saído do governo pela porta do cavalo. Lembro aqui o caso de Nogueira Leite que hoje fala pelo PS mas é capaz - se lhe prometerem o lugar de Secretário de Estado de qualquer coisa - de pugnar pelas ideias do PSD no day after. Ou mesmo no minuto seguinte...
  • Depois esta gente tem uma agenda tão majestosa quanto exuberante: Educação, Saúde, Segurança Social, Ambiente e ordenação do território e o mais... Parece até um programa de governo que visa influenciar simultaneamente o governo e a oposição. Mas como são iniciativas pontuais a coisa falha por falta de consistência. Será que Santana Lopes também lá está...
  • O Beato torna-se assim o caldo cultural para fixar um novo modelo económico, social e político para o Estado e para a sociedade portuguesa, especialmente ao nível da segurança social cujo modelo não pode continuar a pactuar, mormente por razões demográficas e de quebra de natalidade, com as novas gerações a pagar as reformas aos idosos - que vivem cada vez mais tempo, por razões do progresso da própria ciência.
  • Ao nível da despesa do Estado esta gente também tem um objectivo: baixar a despesa do PIB de quase 50% para 40% - reduzindo assim o défice do O.G.Estado. Isto implica um novo contrato social para Portugal, apesar de alguma coisa o governo socialista já ter avançado. E com mérito. Gostaraia de perguntar ao sr. Carrapatoso - que fala de economia como um merceeiro que enrrola chouriços na vodafone - se também pensa privatizar o O2 que respira...
  • Em síntese: o Compromido Portugal tem mais gestores do que empresários, é a malta que compra os Porshes, os Rolls, os Aston Martin e têm as vivendas de meio milhão de contos e pavoneia-se na maior das vaidades; fogem aos impostos; alguns são mesmo corruptos; pretendem influenciar e pressionar o governo e a oposição e até governar.
  • Fica, contudo, uma questão nuclear: que credibilidade tem o sr. carrapatoso em fazer-se porta-vox desse movimento? Um sujeito que recorre ao expediente da mudança de morada (sua ou da esposa) para se eximir ao pagamento de cerca de 140 mil cts ao Estado - que acabou por ser perdoado pela inércia e/ou ineficácia da máquina fiscal. Ou será pura corrupção. Por via desta dúvida será legítimo perguntar ao sr. Paulo macedo, o opus day do grupo Millénium que dirige a DGI, se não tomou conta da ocorrência e se fez algo em tempo útil para reparar esse dano ao Estado por parte de um privado, o sr. Carrapatoso. O que fez o Paulo macedo a este respeito? Será que sabia da situação e a encobriu?
  • O mesmo carrapatoso é o que lidera a Vodafone, de que sou cliente (por enquanto), e que é a empresa que tem cerca de 90% dos seus trabalhadores em regime de precaridade absoluta recebendo 2, 5 euros à hora. Isto já não é vergonhoso, é aviltante...
  • O sr. carrapatoso nem duma empresa falida deveria ser porta-vox. Não tem autoridade nem credibilidade para o efeito. Conclusão: o sr. carrapatoso é um parasita da sociedade portuguesa. Mas não é um parasita qualquer. É um parasita de luxo. E este, se o Estado e a sociedade portuguesa tivesse nível, jamais ocuparia o lugar de que usufrui hoje e pura e simplesmente ficaria a falar sózinho.
  • Lamentavelmente, é esse o rosto da hipocrisia institucionalizada que graça por este Portugal que cheira mal... Por irónico que pareça o sr. Carrapatoso só pensa e age assim porque o Estado (via máquina fiscal) é, ele próprio corrupto, laxista e permisssivo com certos contribuintes especiais. São os contribuintes de luxo... O que significa que este sujeito beneficiou, na prática, das vantagens e das benesses fiscais excepcionais que o próprio Estado lhe concede para que ele continue a respirar milhões à pala da sociedade inteira que desconta os seus impostos até ao último cêntimo. Ora, isto é a maior das iniquidades. Isto é gozarem com a cara a cara dos portugueses, de forma descarada e até provocatória.
  • Até quando?!