Notas macroscópicas sobre o Notas Soltas de...
- Pergunto-me hoje o que seria da Europa - e também de Portugal - caso o Presidente da Comissão Europeia tivesse sido António Vitorino e não o projecto Barroso, que hoje já parece estar a preparar o seu regresso à lusitânia - visto que já tem muitos poucos cartuxos (de pólvora seca, no seu caso) para queimar como mordo-mor da Europa.
Mas o objecto deste post é sobre a "semanada" vista por António Vitorino no seu Notas Soltas da RTP. Aqui deixaremos alguns breves tópicos:
- 1. Andámos nós a debitar uma sofisticada teoria económica recorrendo a Karl Polanyi e Vitorino diz-nos o seguinte sobre o Compromisso Portugal, e cito de memória: o governo só tem a ganhar se tiver uma oposição de direita consistente: ei-la. Só faltou que Socas mandasse alguém ao Beato com uma nota numa bandeja de prata trabalhada agradecer esse gesto de sepração d'águas ao Crrapatoso, para desgaste de M.Mendes, cada vez mais evanescente. Resumiu bem aquilo que nós supunhamos ser um táxi com o P.Portas, o Durão, o Carrapatoso, o Ribeiro e Castro, talvez a Zézinha N. Pito e/ou M.Monteiro com o seu partido ND lá dentro e de mais umas quantas entidades patronai$, com Ferraz da Costa à ilharga...
- 2. Quanto à escolha do novo PGR, Pinto Ribeiro... Vitorino também meteu Marcelo no "bolso" mais pequeno das calças de ganga, pois este sublinhou à fartasana que o processo de escolha e de audição do PM às demais forças políticas correu muito bem. Quase que fez disso um novo mergulho do Tejo, com salpicos e tudos. E Vitorino, como se isso não fosse uma coisa normal, aproveitou e gozou com Marcelo, once more: ah, correu muito bem!!! É claro que pelo caminho ficou a certeza que Souto Moura - pela sua conduta de fala-barato, homem sem autoridade no MP, filtro esburacado - deveria regressar à estiva das leis donde, aliás, nunca deveria ter saído, porque causou e acumulou mais problemas do que aqueles que seria suposto resolver. Sobretudo, numa esfera sensível como é a da Justiça. Portanto, aqui Souto Moura engrosso a galeria dos políticos de alto coturno que espelham a vergonha de Portugal. S. Lopes, obviamente, também é um desses móveis Luís XIV.. Quanto ao novo PGR - toda a confiança, oxalá saiba aproveitar a nova conjuntura entre belém e S. Bento, saiba ele dialogar com a opinião pública e não fique prisioneiro dos chamados casos mediáticos que, como neste último mandato, ensombraram a Justiça em Portugal.
- 3. Quanto ao Convento do Beato já nos referimos no ponto 1., mas sublinho que apreciámos ouvir António Vitorino dizer que aquela proposta de abatimento de 200 mil pessoas do Estado é um sound byte. Além da vulnerabilidade de que certas propostas enfermavam e da falta duma visão de conjunto. Só lhes faltou chamar estagiários, mas, pelo tom, pouco faltou. Para o ano há mais Beato... Isto até me fez lembrar a conclusão duma Carta aberta do Jumento da semana passada sobre a matéria. Andará A. Vitorino a ler O Jumento? Jamais duvidaremos do seu bom gosto...
- 4. Por último também registamos comaa agrado a intensificação da relações bilaterais luso-espanholas iniciadas agora com o PR Cavaco Silva a Espanha. Além do simbolismo de se ficar a saber de que mais um herdeiro ao trono está em gestação, a massa crítica da nova classe empresarial portuguesa também pode começar a fazer a diferença em termos de rasgar novos horizontes e de oportunidades de negócio naquele mercado, concretamente no domínio de software para telemóveis que até permitiu Cavaco explicar ao Rei de Espanha e quiça a Zapatero - como funciona um GPS integrado num Tm. Ficámos a saber que o próprio Cavaco já consegue consultar a lista de restaurantes, os menús e até os preços das respectivas refeições. O problema, alguém terá de dizer isto a Cavaco, é que em Portugal já há gente hiper-qualificada que não só não tem dinheiro para esse tipo de equipamento e de software, como também não tem dinheiro para jantar. É triste mas é verdade, e, para agravar as coisas, alguns até já são doutorados como ontem se viu num programa da televisão privada... Isto dá que pensar, não dá!? Tanto que até me lembrei duma anedota: a única vez que lemos da direita para esquerda - é quando levamos a namorada a jantar fora e consultamos o menú - no cardápio...
- 5. Fica-se com a sensação depois de ver e ouvir António Vitorino que não se compra gato por lebre. Ali - what you see is what you get, e isso também faz a diferença. Pois fartos de Pub. enganosa, ainda que subtil já andamos todos fartos..., até nos canais públicos.
- Contudo, gostaríamos de ter visto Judite de Sousa, que estava a ver morria asfixiada com tanta pérola aalapada ao pescoço, a fazer uma perguntinha fora do molde, que poderia ter a ver com a a sobrevivência da Filosofia no âmbito do acesso ao ensino superior. Mas compreendemos que isso podería obrigar o comentador a ser hiper-realista com a titular da pasta da Educação, e depois de tanto trabalho para envernizar a sua imagem poderia estragar a pintura... Talvez se tenha querido evitar (ou prevenir - não perguntadndo) essa questão e, assim, dissipar um non-sense.
- Mas bolas!!! - Nós pela Filosofia até o ouro devemos penhorar, e quando ele não existe penhorar a sogra, caso exista...
<< Home