quarta-feira

Crónica duma morte anunciada: o histrionismo paranóide de Castro

Quase na casa do 80 anos - El comandante vê-se condicionado a delegar provisóriamente poderes no maninho mais novo, o sr. Raul, que conta a módica quantia de 75 anos - e ainda parece mais velho e ferrugento, como uma dobradiça. Em certos aspectos isto já parece a universidade portuguesa... Enfim, o sistema podre e mais podre parece estar o piloto desse anquilosado sistema - que agora teve a felicidade de ser contemplado com uma crise intestinal aguda... Motivo de júbilo para os exilados em Miami - que espreitam pelas brechas para ver se conseguem depor o ditador e fazer uma outra revolução... Esperemos que não seja para repôr o satus quo ante, i.é, a situação de podridão económica e de costumes vigente ao tempo do homem de mão dos EUA, o sr. Fulgêncio Batista (ainda mais corrupto). Mas castro - o lagarto de Havana - continua com os amigos de sempre: Hugo Chaves da Venezuela, Edú dos santos (Angola - como se envergonha de lhe delarar apoio público manda dizer in private), o lider norte-coreano e mais uns quantos predadores que se arrastam mundo fora. Mas confessamos aqui que pouco ou nada nos importa o cancro que El comandante tem (ou não) no cólon, preocupa-nos - antes as condições de vida de milhões de cubanos.
  • - Quem se lembra já da Revolução Cubana de 1959??? E as suas consequências... Foi uma revolução comunista? Uma clássica revolta marxista de trabalhadores? De camponeses? Foi inspirada pela então URSS, ou, na realidade, foram os EUA que impeliram Cuba para o campo soviético ao impor-lhe o embargo comercial? Seria interessante - a meio século de distância, avaliar estas questões para a história. Quer dizer, até que ponto Castro se tornou um tirano brutal naquele que foi uma espécie de protectorado nas Caraíbas?
  • - Seja como fôr a história da independência de Cuba, já em 1868 - a ilha se revoltou contra os seus conquistadores espanhois, fazendo explodir uma inquietação amarga acumulada ao longo de anos. Quem não se lembra do misterioroso afundamento, no porto de Havana, do couraçado americano Maine - pelo qual a imprensa americaba responsabilizou a Espanha - gerando nos EUA - um desejo ardente de intervenção... E foi aqui, em boa parte, que tudo (re)começou, com a América a entrar na guerra em 1898, até à revolução de Fidel Castro, em 1959, o povo cubano conheceu uma grande variedade de governos, a maior parte deles marcados por elevada corrupção e grande ineficácia económica e desigualdade social.
  • Mas o que, porventura, é mais grosseiro - no III milénio - é a natureza da relação que o líder cubano tem com a sociedade da informação e as ligações que os cidadões têm com as Tecnologias da Informação - viabilizadas e ampliadas pela Internet.
Vejamos alguns desses exemplos, ao mesmo tempo reflexos do regime ditatorial de Castro:
  • 1. Para Castro a internet compromete o desenvolvimento da sociedade e da economia, o que exige vigilância a essa ameaça subversiva, quiça orquestrada pelos yanquis do Norte só para penalizar Cuba;
  • 2. Fidel continua a defender a ideia de que se Cuba está no estado paupérrimo em que se enconta tal deve-se exclusivamente ao embargo dos EUA - isolando ainda mais a ilha. Tal a confiança que ele tem no seu próprio povo...
  • 3. Ao invés da China - que tem só cerca de 100 milhões de cibernautas, Cuba tem apenas umas dezenas de milhares, e muitos deles carecem de uma autorização especial do Partido para poderem comprar um modem para estarem em contacto com o resto do mundo. Imagine-se, caro concidadão português, a ter de meter um requerimento a Sócrates para que se dignasse conceder a liberdade do tuga adquirir um modem para poder ter acesso à net - e enviar e receber dados!!!
  • 4. Mais caricato e ridículo do que isto - só aquela histriónica teatralidade - numa emotividade desgovernada que Castro usa e abusa nas conferências internacionais - em que procura uma atenção excessiva - como se fosse um menino de 5 anos pedindo caramelos e chocolates - exibindo espressões emocionais que mudam rapidamente e se mostram superficiais - com um estilo discursivo altamente enfadonho e muito pobre nos detalhes: é isto Castro - uma autodramatização pegada, uma teatralidade em movimento, uma caricatura de si próprio que bem poderia terminar os seus dias no teatro A Barraca ou na Cornucópia alí ao Campo Grande - ao lado da casa de Mário Soares - representado , por exemplo, a peça À espera de Godot - de Samuel Beckett. A convite do PCP, do BE ou, inclusivé, por sugestão do seu grande amigo e nobel luso da literatura, saramago.
  • 5. Depois Castro tem o velho hábito de deter dezenas de jornalistas, alguns dos quais por utilizarem a net e aí atacaram o governo. Como Fidel tem uma personalidade paranóide - desconfiando de tudo e de todos trata todos os jornalistas que não se vergam como uma canalha que urge abater e espeta com eles todos na cadeia por terem escrito uma vírgula fora do sítio.Bem sabemos, como um dos aspectos da ditadura é controlar ferreamente a liberdade de expressão, coarctando liberdades básicas... Só por isto castro deveria ser expulso - não de Cuba - mas da própria humanidade.
  • 6. Depois sobrevém uma razão económica: é que 1h. de acesso à net custa cerca 4 euros - cerca de 50% dum salário médio.Lembremo-nos que um cubano classe média tem de trabalhar um ano para com os proventos desses rendimento poder comprar um simples frigorífico... Creio que isto é significativo.
  • 7. Já para não falar nas velhas escutas telefónicas - ao estilo pidesco.
Mas se este conjunto de desgraças e de violações gritantes dos direitos humanos tem sido desempenhada com brio por Castro, vejamos por que razão o folhetim Castro pode terminar mal - recortando-se, assim, a tal Crónica duma morte anunciada.
- Castro enferma, na sua essência, duma personalidade paranóica e maníaca: desconfia de toda a gente, os motivos são sempre lidos malevolamente; por outro lado, é um maníaco porque tem uma necessidade anormal de falar mais do que o habitual e vê sempre nos inimigos externos (EUA e parte da Europa) as razões para o seu próprio subdesenvolvimento.
- Muito provavelmente, aquela crise intestinal ficou a dever-se à extensão dos seus discursos, que consomem dezenas de horas para serem confeccionados, e outras dezenas para serem lidos.Enfim, até aqui Castri não passa dum ditador empedernido, pois nunca respeita tempos - essenciais em democracia para se agendar os trabalhos parlamentares. Mas castro nem sabe o que é um Parlamento... Ou olha para o seu capitólio - que ainda é maior do que o Capitólio nos EUA - como uma coutada privada que ele administra como o quintal há 50 anos..
- A nossa esperança é que existe sempre alguém que gosta de apoiar a desgraça. Para Fidel o mundo no Ocidente é impossível, todas as pessoas - com excepção dos nomeados por ele - são perigosas. Por isso, Castro vigia bem os outros, a ponto de os matar, de os encarcerar, de os violentar. O povo cubano é, neste caso, quem está pior acompanhado, acumula frustrações e ressentimentos há décadas, logo se será se esse mesmo povo.., com ferros mata... E acaba por fazer o mesmo a Castro que os italianos fizeram a Il Duce, e este bem sabemos como terminou a sua vida: dependurado!!!
  • Post dedicado ao amargurado e bondoso povo cubano, na esperança de que a verdadeira libertação esteja para breve.