Os escolhos de Marcelo
É sempre um prazer ouvir o prof. Marcelo debitar sound bites sobre o burgo e o mundo a grande cadência, sobretudo quando os "bons comunicadores" (com milhares de aspas) se piraram todos para da autarquia de Lisboa - para aí representarem outros papéis: assessores de "Portos de honra" e serem spin doctors - em que se transformou a vergonha do poder local em Portugal - pagos a peso de ouro. Mas vamos por partes:
- 1. Marcelo critica os procedimentos administrativos da autarquia que viabilizaram - por portas & travessas - a continuação da tal obra do "sr. Bibi" - lei essa que foi revogada pelo próprio Carmona a fim de que a obra prosseguisse - aqui Marcelo omitiu, ou esqueceu-se (fretou), deve ser do sol do Guincho ou do nevoeiro da serra da Malveira;
- 2. Depois censura a lei que permite a dação em espécie, ainda que (legal) embora seja um cambalacho que só veio a público com a denúncia dos privados e as conclusões do relatório da Provedoria da Justiça. As ilicitudes neste caso são às dezenas, aliás, não há ali margem para dúvidas, salvo para Marcelo.
- - E depois, pasme-se!!!! - e como corolário óbvio do ser argumentário, não tem uma única crítica personalizada ao fautor de todo este cambalacho, o ainda edil de Lisboa, o engº Carmona Rodrigues.
- - Foi nesse momento que caí da cadeira... Sobretudo quando, mais adiante, Marcelo diz (a propósito de outra coisa) - "eu sou isento"... Meus amigos, ou o prof. Marcelo já começou a fazer grandes fretes ao PsD para poupar carmona e M.Mendes ou, manifestamente, e sempre que as más notícias atingem o PSD, Marcelo é tudo menos imparcial ou isento. E nem é preciso ser génio para compreender esta verdade comezinha, basta ter um Q.I. de cão-rafeiro alí da Guia - mas com pidigri da parte do avó paterno e o 5º ano tirado na Quinta da Marinha. E, sobretudo, muito, muito surf...
- - Talvez isso explique por que razão António Vitorino - que também faz das suas - esteja a ganhar potencial de credibilidade sobre Marcelo em termos de isenção analítica. É que quando foi a bronca dos exames nacionais - Vitorino não poupou a ministra da Educação e, agora, Marcelo, depois dos erros craços de Carmona na gestão lisboeta (dos quais deveria tirar imediatas ilações políticas), não se furta, ainda subtilmente, a absolver carmona como se o autor, vontade e motivações daquelas múltiplas ilegalidades fossem cometidas pelo chefe de divisão ou mesmo pelo porteiro do edifício de limpezas dos caixotes do lixo da edilidade.
- - Ante isto, era expectável que Maria Flôr Pedroso - uma jornalista política experimentada - arguisse em nome da razão e do common sense, mas não - ela derrete-se em olhares luxuriantes e em sorrisos cúmplices e lânguidos porque já foi assimilada a genialidade maquiavélica de Marcelo - que só diz o que quer.
- - Qualquer dia - ainda responsabilizam um Almeida da autarquia pelo atraso das obras do Marquês... Tenho esperança, prof., tenho esperança!!! Voilá, "os escolhos de Marcelo". Veja lá é se não escolhe um Almeida que seja coxo e marreco - porque esses (pela natureza das coisas) devem ser menos imputáveis!!!
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