quarta-feira

Simulação da morte ou simplesmente mera imaginação filosófica

UMA EXPERIÊNCIA EMOCIONAL
Fartos da análise social e política é útil fazer incursões noutras áreas a fim de carregar baterias: a ovniologia e o que estará para lá da morte são, em nosso entender, os dois principais enigmas do Homem. Haverá um terceiro, que consistirá em saber quando é que M.Mendes chegará ao poder, mas isso pouco importa agora. Este espaço é pequeno demais para abraçar ambos os temas, pelo que recriaremos aqui apenas uma experiência com um desses enigmas: a ideia de morte, ou daquilo que a prepara ou antecede.
  • Vejamos: todos nós já tivemos sonhos alusivos ao tema. Certamente, nesses sonhos as narrativas não são muito diversas umas das outras. Eu não fugo à regra, e para fazer uma simulação do que é ou pode vir a ser a morte, sugiro este ensaio - mais pseudofilosófico -, um exercício de imaginação fácil de seguir:
  • 1. - Imagine-se deitado/a numa cama, mas também pode ser no chão se, por acaso, não tiver ainda reunido o dinheiro para comprar a mobília de quarto. O ambiente é calmo em redor, apenas passa uma mosca ou um mosquito que não consegue matar.
  • 2. - Importa olhar o seu corpo de todas as perspectivas possíveis: do tecto, da entrada do quarto, por debaixo da cama, da janela, wherever... Convém também conseguir afinar a audição a fim de captar a respiração e, se possível, se tiver ouvido de tísico, o seu próprio batimento cardiâco
  • 3. - Depois foque a s/ cabeça e a cara - em particular - de seguida contemple toda a sua massa corporal durante uns 5/7 min.
  • 4. - Agora imagine que - da janela, do tecto, debaixo da cama... consoante a perspectiva donde se olha - se acha preparado para abandonar o seu corpo - porque - estando fora dele - também o imagina morto, certo!!!
  • 5. - Depois creia mesmo que ele - o corpo - está morto, enquanto fuma um cigarro contemplando-o a partir da janela.
- Será que consegue continuar a olhar para ele, quer dizer, para si!!?? A dada altura, apercebe-se de que é, de facto, o observador de si próprio e fica preocupado por ele ter deixado de funcionar. É aí que lhe tenta tocar para o animar. E tanto maior é a sua preocupação quanto mais frio e pálido o corpo lhe parece estar.
- Agora vá à cozinha beber um copo d'água com açucar amarelo, mas leve consigo aqueles sentimentos tão difusos quanto problemáticos e preocupantes, retendo na consciência aquele ponto - que é a massa corporal - que ficou em stand by sobre a cama.
- Se morar em Lisboa e for de férias para Ponta Delgada verá que vai mais leve, pois partirá com a sensação de não ter corpo, o que só tem vantagens e tudo fica mais em conta: dispensa refeições e goza, ainda por cima, de sensações novas, como a de se sentir com uma bolinha de sabão, flutuando na brisa das nuvens... E como vai de avião para os Açores fica com a impressão que toca nas nuvens.
- Bom, você parte para férias e deixa o corpo noutro lado - dado que, na prática, o abandonou. Imagine agora, para concluir, que você não tem pais, filhos, irmãos, nada... Não tem família rigorosamente nenhuma.
- Quem é que lhe trata do corpo??
- Última questão: será que a morte será algo mais do que uma ruptura emocional?
  • Dedicamos este post a todos aqueles que ainda não morreram e ainda não foram de férias...