Paraíso e o Inferno
Um dia um judeu entrou inesperadamente em casa de um mestre zen que estava a meditar e sem dificuldade pôs-lhe a questão:
- Tu, ó sábio! Diz-me já o que é o paraíso e o que é o inferno!
- Julgas tu que tenho tempo a perder com um labrego como tu que entras aqui mesmo sem bater à porta?
- Furioso, o judeu retirou num ápide a sua arma e apontou-a à cabeça do monge para o matar.
- Aqui, sabes, abrem-se as portas do inferno! - disse o monge.
- Perturbado, o judeu guardou a sua arma.
- E aqui abrem-se as portas do paraíso!
- Dedicamos esta história ao povo de Israel e aos povos árabes que vivem na região do Médio Oriente. Julgo que era o limitado do J.P.Sartre que dizia que "o inferno são os outros"; Não creio!!! - o inferno somos nós que, por vezes, no jogo múltiplo e cruzado da troca de identidades e de papéis, assumimos sempre o lugar dos "outros". Afinal, os "outros" + "nós" são uma e mesma coisa da linha de continuidade humana. Creio mesmo que se num país europeu - em condições normais - um árabe visse um israelita a sofrer aquele tentaria salvá-lo; e o inverso também, doutro modo não se explicaria que os médicos israelitas salvem tantos árabes caídos na sequência de actos de guerra.
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