quinta-feira

Compreender o mundo.., somos pequenos demais

Todos os dias, pela manhã ou ao entardecer, tentamos ganhar intimidade com o mundo e fazer uma parceria com ele. Desse ménage à deux (ou trois quando Deus entra na jogada...) vai resultando uns posts que aqui partilhamos à cerca de ano e meio. A política nacional, a internacional e o mundo tecem esse fio. Bom, o 1º termo é o mais fácil porque se resume a duas palavras: tricas e uma ausência de estratégia nacional que promova sustentadamente o País para além daquilo que ele é hoje: a 6ª divisão da Europa. Sem agricultura, sem indústria e com alguns serviços, muito sol e praia e praia & sol do Estoril a Caxias. O internacional atira para a UE - e esta, consabidamente, um gigante com pés de barro, só os "States" sózinhos mandam mais balanço económico, militar, tecnológico e comercial do que 25 marmelos agrupados num alguidar cheio de gatos desavindos que lutam pelo maior subsídio. Portanto, também aqui há pouco a dizer da Europa, senão que é um bébé velho e andrajoso que, ainda por cima, tem um mordomo-mor que não se chama Silva, mas é transmontano e antes de preparar a sua bela cama em Bruxelas deixou um Portugal a arder antes de o entregar a um actor impreparado técnica e políticamente. Mais valia termos todos ir apanhar uma grande bebedeira colectiva à base de Vodka de Sacavém à Kapital, e quem diz K. diz Kiss ou Summertime em Montechoro - que já não existe... Enfim, memórias do outro tempo... Decorre esta lenga-lenga da necessidade que temos em compreender esse tal mundinho, de que somos apenas uma peça da mobília. E compreendê-lo é fazer esse tal puzzle mental, em que as peças são os nossos sentidos que depois enviam informações ao cérebro. Mas com um mundo destes - em permanente convulsão (ou dos mercados financeiros ou no tabuleiro geomilitar) dou-me conta que - por vezes - não disponho nem de informações nem de cérebro. E se assim é como é que poderei fazer o tal puzzle, encaixar as peças umas nas outras: Sócrates no PS, M.Mendes no PsD, PCP e Jerónimo na Atalaia & Chutos e Pontapés, PP num táxi de 2 lugares e o mais. Que cérebros é que poderão compreender um mundo destes - que só faz tricot político, que só se preocupa com peanuts e não discute uma ideia ou projecto que seja verdadeiramente estruturante para o País. Para um mundo estúpido só poderão irromper cérebros de igual quilate. Logo, o puzzle também não pode ser muito diferente. E comparado com outros, o retrato in the all picture só pode descambar num grande borrão, semelhante aquele que fazíamos na escola primária quando a caneta não obedecia. Todavia, ao percorrer este fio e estas dimensões geo-temporais percebo que esta imagem não é definitiva, altera-se 10 vezes por segundo, que é a frequência com que o cérebro actualiza a sua visão do mundo. Ora quem pensou bem de Sócrates, de Cavaco, de M.Mendes... e o mais, no segundo seguinte, já sabe!!!! E como se isto não bastasse, sabemos que existe ainda mais um milhão de estímulos nervosos que se lançam em direcção ao nosso crâneo, como se ele já não estivesse atafolhado com estes seres. Contudo, o que mais me preocupa neste tráfego em direcção ao n/ cérebro é que ele é permanente, feito de fluxos terríveis a que procuramos atribuir um sentido. Ou sentido nenhum... Já pensei em mudar de mundo.. Mas se nem sequer de país consigo mudar!! - talvez seja mais avisado mudar de cérebro... O que também não se afigura fácil. Talvez seja melhor escolher outro puzzle e fabricar outra imagem, nem que seja para produzir uma cosmovisão mais distorcida do que aquela que hoje temos... Ao termos a pretensão de compreendermos o mundo concluímos, de facto, que é ele que nos mete no bolso, com ou sem puzzle, com ou sem metáfora..