"Guerra improvável, paz impossível": uma guerra sensológica
Eis a fórmula de Raymond Aron, o maior cronista da conjuntura do post-II Guerra Mundial. Nessa altura ainda Israel não sabia que regressaria ao local que chegou a governar durante séculos. Nessa altura o ódios entre judeus e árabes ainda estava por escrever. Os tempos passaram, e com eles uma acumulação de guerras, de ocupações, de actos terroristas de parte a parte foram cometidos. A divisão entre muçulmanos e não-muçulmanos não é ideológica nem burocrática, é sensológica. Pois no seu interior já se acumularam doses excessivas de violência que não podem ser descarregadas num ápice. Em rigor, no seio daqueles dois lados já não é crível a verdadeira paz, já que aquele ponteiro do sensor colectivo está de facto orientado para a mira, para o aniquilamento do "outro". E naquela confusão em que tudo se confunde, porque tudo é destruição - chegámos ao conceito novo de vórtice sensológico - em que tudo choca com tudo nesta nossa civilização progressiva post-moderna de aceleração total. Até os mais fracos conseguirem resistir...
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