A inércia de Marvão a Património Mundial
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Património Mundial: Candidatura de Marvão poderá ser retirada
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Portaria: Pergunte-se ao senhor engº V. Frutuoso, actual autarca de Marvão, o que é que ele e a sua equipa de verão (perdão, de vereação) fizeram ao longo destes 8 meses de governação autárquica a fim de melhorar, aperfeiçoar a instrução global do processo que candidatou a Vila de Marvão a património Mundial da UNESCO. Estou particularmente à vontade para daqui lhe endossar a pergunta-crítica, na medida em que fui dos que mais o ajudei desinteressadamente (em bom português, "sem receber um chavo") e até o chamei a atenção para a necessidade de desenvolver técnica e culturalmente essa vertente. Logo em Agosto - quando ele andava aflito e com falta de ideias para pôr no terreno uma estratégia que se visse e impedisse que o PS ganhasse a câmara. A semana passada alguns amigos de Marvão tiveram a oportunidade de me transmitir essa gritante preocupação que, aliás, já conhecia: a inércia na autarquia era a regra, logo o resultado (lamentável) também não surpreende. Não queria ser demolidor nem injusto mas este resultado negativo tem de ser imputado à actual presidência da autarquia alentejana e ao Estado português que através do ministério da Cultura (e da Educação, subsidiáriamente) poucos ou nenhuns esforços conjugados racionalizaram a fim de potenciar a Candidatura junto do ICOMOS e da UNESCO. Quando o vir lá pelas ruas estreitas de Marvão, por entre a história e as brumas da memória, ainda lhe repetirei aquilo que lhe disse inúmeras vezes pelo telefone (quando tinha a amabilidade de me ligar) e que aqui e agora, por pudor e ética - a minha educação me impede de reproduzir. Para tanta inércia julgo que até Deus é pequeno demais para ajudar... Espero, contudo, que o Senhor me perdoe por explicitar esta evidência (política) gritante. Ainda por cima em versão alentejana...
- Adenda: neste blog Marvão Sustentável - (que ainda não foi apagado) - sob o Lema - É Tempo de Mudar - Vitor Frutuoso apresenta-se à população através do seu ideário e do seu programa político-eleitoral. Nenhuma linha de política cultural lá perscrutamos. Nem com lentes de hermeneuta lá conseguimos vislumbrar algo dessa nat
ureza...que cheire a Cultura (com "C" grande). Em Agosto tive oportunidade de lhe referir pessoalmente essa gritante lacuna. Agosto foi muito antes das eleições autárquicas de 2005. Havia mais do que tempo. Havia uma eternidade... Mais perguntas, mais comentários, mais críticas e juízos para quê...
- Adenda 2: Será útil ler esta entrevista que não deixa de ser um testemunho vivo realizada por um Jornal Regional - Fonte Nova - donde, aliás, foram picadas estas fotos.
- Adenda 3: creio que numa situação destas, em que está em jogo um projecto estrutural de qualificação mundial para Marvão, a autarquia teria que ter envidado os esforços para reunir toda a informação possível que pudesse valorizar e consubstanciar o dossier intruído em 1998. A ideia seria, naturalmente, enriquecê-lo e valorizá-lo com várias adendas ao projecto inicial. Se possível atacando políticamente em duas frentes: directamente, ou seja, da autarquia junto das instâncias competentes da UNESCO mantendo o ICOMOS informado com regularidade e disponibilizando toda a informação possível; e por intermédio do ministério da Cultura - que - de forma conjunta - manifestaria junto da UNESCO outro peso institucional. Aqui até o próprio aparelho diplomático das Necessidades também poderia desenvolver um trabalho complementar junto das instâncias competentes: facultando ou solicitando informações de valor estratégico. Fazer isto era o que naturalmente se impunha. Creio que nada disto se fez. Por isso, não se comprende a natureza daquela expressão: "Marvão está de luto". Se há, por omissão, políticas públicas infelizes expressões há que ainda o são mais... À luz deste contexto até se pode pensar que se está a brincar aos projectos de classificação a Património Mundial... E se assim é não deixa de ser lamentável. Não só porque o país vive uma situação de crise continuada (recessão) como a região do Alto Alentejo e os marvanenses (em particular) não o merecem.
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