quarta-feira

Cavaco e o futebol

Há dias felizes... Hoje foi um desse dias pleno de contingências, imprevistos e outras certezas. Ver o PR - Cavaco Silva (ou "Cavaco e Silva" como diz o Portugal profundo, do Minho a Boliqueime) debitar sobre futebol foi um colosso. Ele bem podia ter um discurso um bocadinho mais estruturado que fosse além da esperança e do "ai jasus" que a nossa selecção há-de passar vencendo o Irão no Sábado. Ele bem podia pedir uns memorandos ao Mourinho ou ao Humberto Coelho ou até ao Gabriel Alves - cuja "etiqueta" um dia Durão colou a Santana Lopes - de molde a que as suas conjecturas futebolíticas não parecessem assim tão, como direi, desemchabidas, tão desgarradas, tão sem sal... Se é que me faço entender! Pois ainda no outro dia foi o Dia de Camões, também o dia dos fabricantes de medalhas e condecorações. Uma vez mais Luís Vaz se fez difícil e manteve-se incontactável durante todo o dia. Do além também ninguém respondia. Até pensei - para coadjuvar na tarefa do discurso futebolítico do prof. Cavaco, ir chamar alí a Alfama o Vitorino Nemésio - onde passa a vida a esgalhar prosa ensonatada entre outros poemas psosaicos. Referi Alfama porque é aí que ainda boa parte das pessoas passa a vida nas tabernas a beber copos de vinho e a discutir a bola, e, por vezes, quando o vinho não presta, a bola deixa de ser redonda, como certos discursos...