sexta-feira

Portugal - ao espelho do caixão - made in Austrália...

  • Não se assustem, é só mais uma estória verídica, ou que poderia ser...
Um homem levanta-se e só ouve desgraças do seu País. Desgraças de todos os tipos e feitios: - Burlas tipo Dona Branca agora revestidas pelo lustro filatélico da Afinza - Notícias do Banco de Portugal pelo sr. Constâncio dizendo que entre os relatórios e a realidade há um abismo. O déficite público é o que é e ilustra o abismo. - As políticas públicas não chegam para as encomendas, máxime na Saúde, Segurança Social, Agricultura, Educação e o mais. - A oposição é uma sombra da própria sombra. - Marcelo nunca mais se decide a ser oposição sem ser através da caixa negra que é a TV - donde emite os seus conselhos de Estado para Belém e ainda lhe pagam por isso. - Agora temos as queixinhas de M. Carrilho vertidas num livro, quando o mesmo devia era agendar uma consulta no divã do Psicanalista e reler Freud - está lá tudo... Como é que um filósofo não entende isso. Será da alienação!!! Ou então não é Filósofo!!! é mais passagem de modelos ao estilo do Portugal-Fashion - que, aliás, nunca deixou de (o) ser. - Depois, seguindo o mesmo registo atávico e pessimista na fronteira da conversa dos tolos lusitanos, o dr. sampaio finge que agora é que vai começar a ser político à séria, amigo que se tornou dos pobres e dos desvalidos do cosmo. Saíu-me um bom padre Américo, este sampaio!!! Já tínhamos um Melícias na versão Guterres, agora temos o diácono sampaio para ser estorrado sob o sol d'África com incumbência kofiana. Eis como funciona o paradigma do acaso com proveniência na sede do Palácio de Vidro em N.Y. e destino em Portugal, alí ao pé da Rua Artilharia 1 - por onde as meretrizes do Leste mostram o que valem - para desgraça das suas concorrentes lusas - que não aguentam mais já tanta competição e dumping prostitucional. Enfim, quem abre o rádio só ouve desgraças em Portugal. Nem os grandes investimentos infra-estruturantes para o País - que certamente careciam de ajustes e aperfeiçoamentos no domínio energético, se fixam por cá. Veremos quem se segue... Veremos, dr. Pinho!!!??? Das duas uma: ou Portugal não vale um "chavo"; ou são os outros que são muito bons. Por mim, confesso-me triste e algo desolado com todas estas notícias que até parecem fruto da imaginação de um qualquer frustrado da oposição que mendiga mais um tacho ao PM, qual Maquiavel diringindo-se a César Bórgia ao tempo dos Descobrimentos, mas não é. Trata-se, tão só, da realidade triste que escurece os dias do Portugal contemporâneo. Pfv, não confundir com a obra do historiador Oliveira Martins do séc. XIX - cujo bisneto anda pelas bandas do Tribunal de Contas/TC tentando equilibrar o défice ao PS e de quem todos se riem nos corredores por pensar que, na realidade, quem preside ao TC não é o Guilherme mas o Mr. Bean.. Enfim, verosimelhanças que a política tece por entre milhares de fios podres que ameaçam fazer ruir a teia. Ora, é para expiar os nossos pecados, e porque poucos de nós temos dinheiro à guarda da Dona Branca, perdão, na filatélica Afinza, que passarei a contar esta estória que acho merece ser lida com toda a dignidade. Ora vejam: - Uma empresa estava há muito a dar prejuízo e os seus funcionários sentiam-se profundamente desmotivados. Imperava fazer algo para reverter essa situação, mas ninguém, como ocorre nestes casos, queria tomar decisões. Bem pelo contrário, todos reclamavam, queixando-se das condições de trabalho, mas ninguém avançava para o que era crucial fazer. - Um dia, quando os funcionários chegaram à empresa, deram de caras com um panfleto colado à janela que dizia: Morreu ontem a pessoa que impedia o desenvolvimento da empresa. Está convidado para o velório, que se realizará na igreja mais próxima do Hotel Altis... - Todos ficaram povoados de curiosidade, num sentimento misto de alegria e de apreensão. Todos desejavam saber quem andava a impedir o desenvolvimento da empresa. E, claro, todos comparecerem no velório. À medida que os funcionários se aproximavam do caixão, a excitação aumentava. O ambiente ainda era mais excitante do que qualquer candidato a Primeiro-Ministro 5 minutos antes de saber que foi sufragada pelo povo. - A questão que pairava no ar era quem será que andava a lixar a empresa? Quem impedia o seu crescimento, modernização e desenvolvimento??? - E, claro, todos se congratulavam com a morte do defunto, pois todos viam nele a justificação para os males da empresa que criticavam. - Um a um, agitadíssimos, todos os funcionários, até o recepcionista, se aproximavam do caixão, olhavam lá para dentro e engoliam em seco - logo de seguida. Todos e cada um, após aquele ritual, ficavam no mais puro silêncio, prostrados. Como se tivessem sido socados ao mesmo tempo no estâmago, na nuca e nos genitais... - Não admira!!! É que no interior do caixão havia sido colocado um grande espelho - que recortava todo aquele magnífico caixão. E, claro está, a mensagem atingiu todos por igual. - Em face disto impunha-se uma conclusão: só existe uma pessoa capaz de limitar o seu desenvolvimento: você próprio. - Naturalmente, a "empresa" representa aqui uma metáfora do Portugal contemporâneo, e o mais curioso é que esta estória - em parte - me foi contada por um amigo que se chama Sócrates, mas não é nem filósofo nem engenheiro, e vive no outro lado do mundo: na Austrália - terra de kangurús... PS (o outro): Dedicamos esta história ao governo e à oposição - que são exactamente a mesma coisa, só que em sucessão no tempo. E quanto mais me pressionam podem ter a certeza que mais estórias contarei... É tão certo como a "pescadinha-ter-o-rabo na boca... " e o Marquês de Pombal não sair donde está: mirando o Tejo dando o rabo e as costas para o Parque Eduardo VII onde a ética e os bons costumes se passeiam de jaguar. PS1: Aviso à navegação - para os que se preocupam com o que aqui é escrito só digo que este blog rege-se exclusivamente por uma ética editorial que visa a busca da Verdade, da Justiça, da Liberdade - ainda que recorrendo a alguma criatividade.