Ovibeja e a teoria da Atracção do presunto e da irradiação da felicidade
Como sabemos decorre a Ovibeja, uma importante mostra da produção bovina, caprina e demais produtos que resultam dessa nobre actividade económica que tem sido tão desprezada pelos sucessivos governos e que tem colocado Portugal como um país francamente importador de muitos dos bens que poderíamos produzir. Trata-se, além da dignidade duma classe de profissionais marginalizados, esquecidos pelo poder - de uma classe - dizia - que luta ardentemente pela sua dignidade socioprofissional, o que é de louvar. Aplaudo.
Ora, esta realidade social é tão importante que até o PR, Cavaco Silva, lá se deslocou para cumprimentar os profissionais do sector que lutam, muitos deles, com a corda na garganta, para sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo e sem qualquer rede proteccionista. E todos nós sabemos como é que pagamos os factores de produção (energia, combustíveis, custo de contexto e conexos) - relativamente a Espanha e a outros países europeus. Pagamo-los todos muito mais caros. Ou seja, estamos muito mais atrasados, estamos na cauda da cauda, somos os mais pobres dos pobres. Quase uns bovino-indigentes uns caprino-atrasados, uns verdadeiros animais de cativeiro.
Mas do ponto de vista prático, aquele princípio da Atracção (do presunto) e da irradiação da felicidade - significa que - até na linha do objectivo dos organizadores do OVIBEJA - eles acreditam com mais convicção aquilo em que desejam e imaginam que suceda, qualquer que seja esse pensamento.
É mais do que uma questão de Justiça social e de redução das assimetrias regionais por este Portugal profundo. Imagine-se que os organizadores do Ovibeja só tinham pensamentos negativos, receosos, inseguros ou ansiosos, teriam, nesse caso, - a capacidade de atrair vacas, bois, bodes, cabras e congéneres. Tudo com um grau de satisfação limitado, senão mesmo frustrante.
Mas Não!!!! o que se viu ontem com a chegada de Cavaco Silva áquela bonita feira, que revela que o Portugal que produz bovinos e caprinos está vivo, bem vivo, - foi outra coisa. Vimos um PR a arrastar multidões, fundamentalmente positivo, visionando prazer, irradiando satisfação e felicidade por tudo quanto fosse vaca, boi, cabra, bode, chibo (ou xibo - na versão económica - poupa-se uma letra), não sei se também avestruz, pavões e muitos, muitos mais que povoam a fauna - não de comentários das caixas de correios dos blogs na blogosfera - mas de animais e pessoas que foram atraádas para Ovibeja num sucesso num antes visto. Nem os concertos de Michael Jackson nos velhos tempos eram tão concorridos ou badalados. Portanto, nada disto foi por acaso, e tudo foi mui profissional. Eis a grande lição de Ovibeja.
Ou seja, se formos positivos atrairemos pessoas, animais, acontecimentos e situações que criam mais expectativas positivas, depois isto é uma bola de neve - que vai permitir mais sucesso sobre sucesso, vaca sobre vaca, boi sobre boi, chibo sobre xibo, um pouco como na bolsa: dinheiro gera dinheiro, leite arrasta leite, Opa trás Opa, por isso Belmiro OPAs - enriqueceu tanto na bolsa há uns anos. Lá está: pensou positivo e avaliou bem o sistema de expectativas.
Mas permanece por desocultar ainda um outro indicador que nos dá a verdadeira temperatura em como as coisas vão no bom sentido em Portugal. I.é, em como a energia positiva irradiada pelo sr. PR, Cavaco Silva (alguns dizem "Cavaco & Silva" - sugerindo que ele opera com uma Sociedade, não sei!!!) colocada naquilo que imaginamos acaba, realmente, por vir a acontecer: Cavaco foi à Ovibeja. E apesar de os anos passarem, 10 anos volvidos reparei - e julgo que a nação também anotou, incluindo a restanta fauna circunspecta da referida feira, que o sr. PR come presunto exactamente da mesma maneira como come (ou comia) o bolo rei. Não fazemos mais comentários, porque a "chave do sucesso de Ovibeja" é capaz de estar aí...
- PS: ontem lá vi pela TV o Jorge Zambujo recebendo Cavaco Silva na Ovibeja. Como somos amigos e gosto muito dele dedico-lhe aqui este blog. Já agora, Jorge!! - espero que a feira corra pelo melhor e que um dia este Portugal seja menos dependente do exterior em quase tudo, e é de surpreender, pois como é consabido nós também temos por cá belos bois e boa carne. Não é só no Uruguai, Venezuela e arredores que a boa febra saltita... Viva a produção nacional.
<< Home