sábado

O legado de Sampaio: as gémeas de Mafômedes..

Image Hosted by ImageShack.us O sr. pR, dr. Sampaio vem dizer ao país que Belém para ele acabou; já não quer voltar a Belém na qualidade de mais alto magistrado da nação. Pasmei!! Haja decoro dr. Sampaio, pois mesmo que quisesse quem votaria nele de novo??? A esposa, os filhos, os amigos, algumas facções microscópicas do PS, um ou dois assessores, sobretudo aqueles que já haviam sido nomeados para Roma (depois desconfirmados pelo MNE do Diogo - que agora anda acoçado pelos novas cruzadas em que se meteu mais os cueiros do Telmo que ainda não se recompôs da derrota inflingida por Ribeiro e Castro) - curiosamente - aqueles que nem uma licenciatura têm, como o sr. Gabriel. O dr. Sampaio já deveria ser mais prudente com as palavras, com o significado delas e também com a presunção que - ainda que inconscientemente (como quase tudo o que fez e faz - até a choramingueira crónica que inunda Belém-Algés-e-dá-Fundo) ostenta nesses mini-discursos por onde passa em que o auditório tolera-o mais do que o ouve.
  • Nada temos contra o senhor dr. Sampaio, no plano humano é uma pessoa sensível e muito humana, mas nas relações políticas e institucionais com a Justiça, com a Corrupção, com a Saúde, com o Governo "monárquico" de S. Lopes, temos de convir - que não acertou uma. Diz-se que foi o PR da pacificação democrática... Mas isto teria algum interesse político e social se o país estivesse na eminência duma guerra civil ou num recrudescimento de violência política que pudesse descambar em violência social no Portugal profundo. Não foi o caso.
  • Daí termos a maior das dificuldades, tirando os discursos que faz diante das FAs - em que fala de escassez financeira, submarinos, botes e iates, aviões, espaço aéreo e até da gripe das aves - como dantes falava das vacas loucas - em identificarmos uma única área em que Belém pontificou ou, de algum modo, traduziu uma mais-valia para o País. É claro que existe Timor-Leste e o processo político-diplomático que conduziu à sua (problemática) independência. Mas nem aqui Sampaio pode assacar algum pioneirismo ou vantagem, pois quando tentava fazer algo nesse xadrez complicado já o então PM, A. Guterres tinha "chantageado" Bill Clintoris (pondo toda a pressão que tinha através da Internacional Socialista sobre os EUA) de molde a pressionar Jakarta para não se opôr aquela independência da última colónia portuguesa esmagada pela Indonésia em 1975, com o agreement do então secretário de Estado todo-poderoso Henry Albert Kissinger.
  • De facto, foi Guterres que se pôs em campo e não Sampaio - então um espectador passivo; foi o então PM de Portugal que disse a B. Clitoris - que se não cedesse nessa jogada politico-diplomática - em que a salvaguarda dos direitos humanos estava em cima da mesa - Guterres se demitiria do cargo de PM em Portugal e até da Internacional Socialista deixando, assim, Clitoris em mais lençóis. E por falar em lençóis - é bom recordar que à epoca Clitoris estava confrontado com o escandâlo que o envolveu sexualmente com a Mónica e a estória do tecido que ficou com uma nódoa que depois virou mancha que nunca mais saíu. Foi a mancha mais universal de sempre. Ao menos o homem mais poderoso da América poderia ter escolhido algo interessantede, de bom gosto, e seguir o estilo de JFK que recrutava os serviços de M. Monroe - que entrava e saía pela porta do cavalo na White House em W. dc. - Igualmente, uma prática censurável.
  • Regressando a Sampaio: considero, portanto, que o balanço destes últimos déz anos foram profundamente negativos: os portugueses estão mais pobres e frustrados, vivem de costas voltadas entre si; o fosso entre ricos e pobres agravou-se, o povo acha uma tremenda maçada os discursos do dr. Sampaio - que nem para uma refeição servem. Muito palavriado e pouca ou nenhuma influência e autoridade junto das instâncias que decidem de facto dos problemas das pessoas e das populações no seu conjunto.
  • Ante este quadro negro, pergunta-se: afinal, o que é que este senhor legou ao país? Confesso, que não encontro nenhuma ideia ou acção de relevo que mereça destaque. Salvo, talvez, o exemplo de solidarismo e altruismo que deu ao ter chamado a atenção dos media acerca das miseráveis condições de vida em que viviam duas meninas gémeas, habitantes de Mafômedes, uma localidade remota no espaço e no tempo sita no concelho de Baião, e que, hoje, graças ao seu majistério, as ditas meninas foram estudar para a Universidade de Coimbra e hão-de, se Deus quiser, ser "dótôras". Esperemos que a tempo para poderem manifestar esse reconhecimento ao sr. dr. Sapaio.
  • Perante isto, que mais poderei eu fazer senão curvar-me. Foi bonito, e há 8 anos também eu me emocionei e lembro-me até de ter gasto vários pacotes de cleanex - tamanha foi a emoção pessoal - que depois se generalizou ao país, um pouco como os tornados nas Américas e os tornados nas Ásias.
  • Julgo, em suma, que este foi o grande legado de Sampaio em Belém ao longo deste decénio em que nem tudo se perdeu. Sampaio salvou as gémeas de Mafômedes. Contudo, também aqui subsiste uma questão metafísica que talvez o sr. dr. Sampaio não tenha equacionado no seu esprit: quantos milhares de gémeas de Mafômedes é que ele - mais os seus brilhantes discursos - não deixou de sequeiro no Portugal profundo?!
  • Muitos milhares deles, certamente!! Por isso, também aqui consideramos o seu legado um sistemático jogo de absurdos adensado num esquizofrénico jogo de espelhos e de sombras em que, como Cervantes, os moinhos de vento eram um batalhão de tropas inimigas que urgia combater. E a Dulcineia, claro está, não era nenhuma meretriz de trazer por casa, mas uma ninfa que até hoje espantaria o talento literário de Luís Vaz de Camões. Sampaio é assim: com ele ora rimos, ora choramos. Eu, confesso, passei os dez anos a chorar...
  • E quando ele diz, hoje, a 5 dias de passar o testemunho ao prof. Cavaco Silva, que já não quer mais nada com Belém - pergunto-me se ele que fazer de todos nós ainda mais parvinhos ou se, afinal, o seu cérebro apenas serve para confirmar que o deserto tem areia; os oceanos água e, já agora, Portugal tem muita classe política e agentes políticos que não interessam ao menino Jesus e que, por essa mesma razão, jamais deveriam ter assumido tamanha responsabilidade. Por vezes, apetece-me mesmo perguntar - como o outro - onde fica o exílio. Safa)))

Image Hosted by ImageShack.us