A liberdade da Liberdade. Cartoons affair
- O padrão cultural é a forma mais elaborada que orienta e designa a dimensão complexa do comportamento humano. Marcado de diferenciações entre culturas, é certo, já que tais diferenciações culturais ficam determinadas pelo modo de relação com a realidade, como temos observado através da filosofia do incêndio e da pedrada que os radicais muçulmanos, orquestrados nos países ocidentais, são objecto a fim de provocar e de estimular o terrorismo urbano e, se possível, a guerra entre civilizações com as incidências conhecidas que isso implica nas sociedades ocidentais. E não me refiro apenas à dependência energético (ouro negro), mas também ao clima geral de inseguraça e psicose que leva a um sintomático abrandamento dos investimentos e consequente paralisia da actividade económica global.
- Claro que o sr. prof. Freitas do Amaral sabe disto, pois é um homem culto e inteligente, embora por vezes pouco abrangente. Mas por vezes excede-se e depois vai para a Sic reler as suas desactualizadas sebentas por que os jovens universitários da Católica aprendiam os dogmas do direito e do pensamento político. Sugerimos pois a Freitas que meta lá um capítulo sobre religião, terrorismo e subserviência intelectual etc e tal. Pelas suas palavras, através da chancela das Necessidades, que como dizia JAM com graça - "que fica abaixo do cemitério dos Prazeres", ficámos a saber que a liberdade de expressão se subordina ao medo do ataque terrorista com fundamento fanático pseudo-religioso; ficámos a saber que o petróleo e a dependência energética manda nos princípios e valores que deveriam nortear a civilização Ocidental à qual obedecemos; ficámos a saber que a ameça geradora do medo condiciona o pensamento da diplomacia portuguesa. Será Freitas um emissário dos Estados do golfo..., uma espécie de advogado-geral do ouro negro ou até das comunidades mais radicais do islão?! Não o sabemos.
- O que sabemos é que Freitas rebaixou a cabeça dos motores ocidentais sem que daí resultasse qualquer contrapartida para o interesse comum europeu. Freitas, em rigor, apesar de ser um beato paradoxalmnte materialista confundiu tudo: o modelo cultural ocidental com o modelo cultural islâmico.
- O nosso aponta para a distinção entre o ser e não-ser; para a defesa da lei e do direito; para a base reflexiva; a verdade não é revelada mas uma adequação ao real; e as racionalidades geradas por conjecturas e refutações - segund o modelo socrático, sendo certo que a componente profética do judaísmo permanece subjacente a estes contextos de indeterminação das relações internacionais contemporâneas.
- Depois o sr. prof. Freitas do Amaral, delfim de Marcello Caetano e, hoje, pasme-se, delfim dos estados e comunidades islâmicas mais radicais e fanáticas, mesmo sem querer, revelou uma inaudita ignorância sobre os fundamentos do modelo cultural islâmico que são simples: a revelação do saber é divina; o conhecimento decorre da conformidade com a palavra divina tal como ela foi transmitida pelo profeta; o texto divino é mais real do que a própria realidade e naturea dos factos; e a divindade, presente e futuro, determina sempre a realidade. Foi a estes valores que Freitas obedeceu. Ou melhor, se ajoelhou. Julgo até que se deve ter descalçado, doutro modo não teria entrado nas mesquitas. Só não sabemos é se colocou o turbante..
- Com tanta inépcia desconhecemos, por outro lado, se desta vez foi o Carneiro Jacinto que redigiu o comunicado, mas se foi não nos admira nada, é até normal. Pois é normal que mecânicos mexam em cambotas e pistons, e depois vão com as mão à cara e tudo fique sujo. É normal. O que já não é normal é Freitas ter lido aquilo sem antes ter pensado um segundo, ainda que tivesse querido salvaguardar o património de mais umas embaixadas por esse mundo fora que são destruídas pelos valores que Freitas tem medo de enfrentar. O medo nunca foi bom conselheiro. Lembremo-nos da política do apeasemente inglês antes da II Guerra Mundial... Do sr. C. Attle, creio.
- Por tudo isto o prof. Freitas deve tomar um Alka, ou melhor, Freitas deve "alka-Seltzer-zar-se". No fundo, quem tem medo compra um cão. E mesmo assim ninguém nos salva de o cão, um dia, nos morder. E mais grave ainda é quando descobrimos que dito cão tem raiva...
- "Obrigado" Freitas, prestaste um tremendo serviço à pátria. Por este andar, ainda serás medalhado com a grande cruz do cagaço por Sampaio - que agora parece querer fazer em duas semanas aquilo que não teve coragem para fazer em 10 anos. Afinal, foram 10 anos, uma década - tanto tempo para só tomar uma decisão: despedir o Santana depois de o ter empossado. Não será também isto uma forma de terrorismo político!!! Será que os islâmicos mais fanáticos não andarão a aprender connosco - tomando Belém por guia!?
- E a única política que conseguimos desenvolver é só uma: a política do cagaço. Eu disse cagaço, não confundir com bagaço...
- Mas mais grave do que todas aqueles comunicados de vão-de-escada burilados no Plácido das "Nexexidades" à saída do WC decorre da incompreensão, seja pelo douto titular da pasta, seja pelos jornalistas reciclados com vox de bagaço que era suposto estarem a aviar bifes de perú num talho da Av. Infante Santo e depois a venderem rifas sobre miudezas no lobby da Basílica da Estrela, ou mesmo a entregar gás em camiões de caixa aberta - hoje substituídos pelas "meninas da bilha partida" - da própria natureza chantagista, antidemocrática, xenofóbica e terrorista utilizada sistemáticamente por aqueles grupos instabilizadores.
- É da impossibilidade de compreender esse contraste radical na sua relação com a observação dos factos vividos e com a própria produção de riqueza, conhecimento e bem-estar que radica a estranhesa desta reacção da diplomacia portuguesa de Freitas do Amaral a que Sócrates tem medo de corrigir ou sequer retocar, não fora as birras de Freitas ameaçar logo com um demissão para a 5ª da Marinha.
- Freitas do Amaral surpreendeu pela negativa, o que só pode ser explicado por essa sua novel subordinação a uma revelação divina que restringe a validade do império da lei do Ocidente - que ele passou décadas a ensinar aos seus alunos e que agora deitou por terra. Tudo por causa dum bando de fanáticos à solta cuja única linguagem que conhecem é a linguagem do atentado à bomba. Isto é lamentável, tanto mais que se respalda no medo de sofrer atentados. É esta cultura da revelação que nos pôs de cócoras perante o mundo dito civilizado que procura resolver os seus diferendos pelo diálogo e sem granadas à cintura. Mas para Freitas o texto divino foi mais real do que a própria realidade, já que tudo o sucede, na mente de Freitas e a partir de agora, remete para a tal divindidade que, por isso, permanece sempre presente e activa em todos os acontecimentos pretéritos, presentes e futuros.
- Tenho um amigo marroquino que me diz que isto não passou duma birra que remete para o bo-bó de camarão. Tentei saber junto dele o que isso significaria, mas ele respondeu que só explicava a coisa quando o titular da pasta mudasse. Resultado: fiquei na mesma. Pior, só a definição da diplomacia portuguesa neste capítulo. Será difícil igualar Freitas. Pior seria impossível. What about cartoons!!?? Apenas um pretexto, nada mais do que isso. Só isso.
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