A teoria dos efeitos perversos
Esta foto foi colhida do Jumento, um blog conhecido de todos nós, e já mui respeitável. Pensamos, contudo, o seguinte: o jumento tem-se esforçado, diria - até às vísceras - em tentar abater politicamente o homem de Bloliqueime; recorre à proibição do velho feriado de carnaval que obrigou os funcionários públicos a bulir mais um pouco, qui ça para compensar a inércia do tempo perdido com outras tarefas, algumas blogosféricas; recorre ao combate aos "mafiosos" - e bem - que enriquecerem à sombra desse novo riquismo (de que o "poeta" e medíocre advogado conimbricense Dias Loureiro é arauto) que se confundiu com a década de ouro do cavaquismo - em que Portugal recebia um milhão by day; defende que se fizeram estradas e construíram equipamentos sociais como hospitais mas não se investiu em massa cinzenta - revelando, afinal, que Portugal não é a Irlanda; tenta mostrar que Cavaco não passou dum contabilista e manga-de-alpaca que criou o monstro do défice do Estado (e facilitou a empregomania da Administração pública) - que depois o amigo Gutierres adensou; enfim, recorre a uma miríade de argumentos - todos muito bem alinhadinhos - que quase convencem (tal a sua simplicidade, escrito num português lembrado ao povo e narrado às crianças). A dada altura, até fiquei baralhado, pois pensei que ele estava falando do velho Botas/Salazar - que mantinha o ouro fechado em tabletes douradas no Banco de Portugal - enquanto o povo - nas cidades e nos campos - vegetava analfabeti (como convinha) e andava de calças rotas e traziam as unhas sujas. Eis o Portugal envergonhado e do respeitinho que é muito bonito que nos falava o grande Alexandre O'Neill.
- Sucede, porém, que todo esse visceral e homérico esforço blogosférico do jumento para abater Cavaco - acaba por ter um sinal e um efeito contrário, ou seja, pretende-se assassinar políticamente o homem que come bolo-rei de boca aberta e ventila perdigotos atmosfera fora, mas, na prática, quer pelas imaginosas fotos/montagens (tal é o engenho e arte da revolução tecnotrónica que o possuíu) quer pela via da argumentação simples - em ordem a ser convincente - consubstanciam um elogio a Cavaco de forma completamente perversa. É assim na quantidade e na qualidade, tais são o números de posts dedicados a Anibal e o teor específico da análise que o autor lhe dedica. É como se todo aquele corpo e alma sereunissem num só para metralhar o homem do bolo-rei e do défice. Todo aquele corpo e alma se juntam na tarefa de abater o pobre homem que ía de Comboio de Bloqueime a Portimão provar o fato ao alfaiate.., e ainda trabalho na lavoura, o que taalvez lhe tenha dado destreza física para manter o porte que ainda hoje mantém.
- De tal forma o inconsciente o trai que acaba por telecomandar o seu consciente; como se a parte submersa do seu pensar dominasse a parte que está destapada e, assim, até já colocam o homem em movimento num carro de marca alemã - disfarçado de VW, embora mais robusto - "carro do povo" - que se dirige para Belém. NUm 2º relance parece mais um CryseWagen...
- É certo que metade do crâneo de Cavaco não existe, mas pergunto-me: e o de Sampaio, que é feito dele? Dizem que é uma ervilha paraa paira no éter... E será que os neurónios de Soares são muito melhores - quando começar a misturar os nomes dos ministros, dos ministérios, das políticas e o mais?! Presumo que não.
- De tudo decorre um dado objectivo: o jumento esfalfa-se para agastar Cavaco - mas o tiro sai-lhe pela culatra - em toda a linha; quer abatê-lo e só o promove; quer diminuí-lo mas acaba por o projectar em toda a blogosfera; procura ridicularizá-lo mas contribui activamente para o colocar no centro das atenções de todos e, assim, acaba por o valorizar. Como o jumento persiste em dar tiros nos pés só podemos concluir, seguindo a regra ceteris paribus, que anda tremendamente equivocado.
- Daí a nossa sugestão amiga, já que se trata de um blog amigo. E essa sugestão passa pelo seguinte, como podemos ver supra: seria útil e urgente, para qualquer blog anti-Cavaco, que as apologias, bocas, ataques, raspanetes, entre muitas outras argumentações destrutivas e pseudo-destrutivas - não se multiplicassem à mesma cadência, já que os efeitos esperados não são os atingidos, e, desse modo, os esforços daqueles que procuram dissolver Cavaco no monstro do défice, só lhe conferem qualidades e virtudes que o visado - Cavaco - manifestamente não tem. Também aqui os exageros são perniciosos...
- Como somos amigo dos nossos amigos, achámos que estas míseras sugestões, por serem tão óbvias, não merecem qualquer complemento explicativo. Razão por que sugerimos que seria vantajoso, a fim de contrabalançar o prato da balança da política à portuguesa, que, doravante, se começasse a desancar forte e feio no velho leão ou até, caso os espíritos corram em socorro do poeta Alegre, se iniciasse uma cruzada contra a poesia e a cultura.
- Fica a nota. Pfv não digam mais "mal" de Cavaco, pois essa será a única forma que existe para evitar continuar a promovÊ-lo, e só uma pessoa alienada é que não consegue entender este breve ABC da política lusa em contexto presidencial. O que não será manifestamente o caso deste blog amigo que até já nos elegeu como o blog da semana. Ora é também com base nesse thymos que aqui retribuímos a lembrança do gesto.
- Já agora e para que fique claro, irei votar no mal menor, e esse tem nome: é o pai do monstro de há 10 anos, de seu nome Aníbal... Assim, ficamos a saber que os monstrinhos de 10 anos já são muito perigosos (e irreversíveis) e que o atraso da economia tem memória. Por este andar, qualquer dia, imputa-se responsabilidade a D. Dinis por ter abatido boa parte do Pinhal de Leiria - uma vez que aquele sôfrego abate de árvores para fazer naus e caravelas que viabilizaram a gesta dos Descobrimentos, traduziu-se numa inóspita desertificação do referido Pinhal que hoje até já afecta a velocidade dos ventos e das marés da bela praia de S. Pedro de Muel - alí nas margens da Marinha Grande.
- Por outro lado, talvez seja oportuno felicitar que hoje a regra é a dos mandatos legislativos de dois anos. E a doutrina também já a consagrou: num caso evoca-se o "Pântano" - pois ninguém consegue andar no lodo; no outro caso - evoca-se o tacho bruxelense - para dar satisfação à gula de poder de ex-maoistas convertidos rápidamente ao neoliberalismo.
- Num caso clama-se por Gutierres; noutro lucifera-se o nome de José M. Durão Barroso, o actual mordomo das potências centrais da Europa - que não se sabe quais são. Daqui decorre os esforços em vão deste blog que tem exaurido energias na busca de combates políticamente impossíveis. Mas admitimos que a política - mesmo a que se faz na blogosfera - é animada por utopias, autoscopias e outras pias que aqui e agora não consigo vislumbrar.
- Mas admito que os anticavaquistas estejam num beco: se falam de Cavaco denunciam invejas e uma impotência em o destruir políticamente; se o omitem acabam por o projectar ainda mais na esfer pública. Assim, parece não haver lugar a um tercium géniu - em que se poderia desancar no homem quer por acção quer por omissão. E é esta quadratura do círculo que remete todos os anti-cavaquistas (mais ou menos iluminados) para o beco da desilusão, a qual se explica pela comezinha teoria dos efeitos sperversos de que (até) o jumento foi (e é) vítima.
- Por isso lhe deixámos esta singela nota amiga, na esperança de que a lucidez regresse à cidade e os esforços e as energias sejam, doravante, canalizadas para obras de arte de maior valia, realismo e interesse comum. Princípios e valores que nem a arte da mais moderna fotomontagem consegue substituir...
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Caro Jumento,
terei de o tratar assim pois o seu nome é ainda uma incógnita, até p/ o SIS, "Siedm" e conexos.. Mas aproveito para o felicitar, é que para o caso de ainda não se ter dado conta, você tem sido - à contrário - um dos principais promotores da candidatura de Cavaco a Belém. Apesar de nutrir por ele um "carnavalesco" ódio de estimação, próprio, aliás, de um funcionário público que se preze, aquilo que consegue é, verdadeiramente perverso, ié, você tenta "matá-lo" mas os seus posts só o empurram para a vitória. Como está alienado nessa teia lógica (invertida) ainda não se deu conta, mas um dia ele, Cavaco, terá de saber, e aí também terá de lhe agradecer. Eu como tenho pena do Soares, sugeria uma inversão metodológica e menos talento nos posts, apenas para não o beneficiar tanto. É que Cavaco, afinal, também não merece o seu esforço... Comece a dizer um pouco mal de Soares para compensar as coisas..
Grato pla atenção
Cumprimenta
Rui Matos
www.macroscopio.blogspot.com
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