O Francisco Sarsfield Cabral vai...
- ... Reduzir a sua participação no DN. Quer isto dizer que, doravante, não fará as colunas diárias no DN mas participará nele só aos sábados. Pela minha parte, e acredito que muitos pensam como eu, estou-lhe grato. Foram dezenas, centenas de crónicas que condensaram imensas reflexões sobre o Portugal contemporâneo em contexto de globalização competitiva - na dobra do milénio. Tentar Perceber era, de facto, uma rúbrica cuja explicitação traduzia a realidade viva, a mexer, mesmo a mais oculta que o Francisco conseguia desocultar. Nada ali era gratuito ou redundante. O que leva a supôr que o Francisco é como o vinho do Porto: seguro e sólido, não tem pé, e, ao mesmo tempo, senhor dum bom senso terrível. Por vezes, confesso, tentava encontrar "brancas" nas suas argumentações, mas os textos eram quase sempre blindados do tal common sense, que é como quem diz - edificados pelas vias lógicas razão e da reflexão com que fez essa intervenção cívica, pedagógica e, porque não dizê-lo, também política ao longo destes últimos anos. O Francisco Sarsfield Cabral é já (há muito) um veterano, e a estes não se desculpam deslizes. Felicidades, pois, para ele, que também teve sempre a ciência e a arte de nunca os cometer. Com ele aprendi muito lendo a sua coluna. Houve tempos em que, para ser totalmente sincero, pegava no DN de costas, e era assim que também o deixava... Hoje, o jornal tem uma nova direcção, e dum novo director, António José Teixeira, também se espera abertura para introduzir sangue novo naquele "elefante branco" que é o DN. Mas que um dia, de súbito, pode transformar-se numa lebre voadora e, assim, fazer-se respeitar no mercado que precisa de bons títulos.
- Os leitores, os políticos, os agentes sociais, económicos e culturais, enfim, a globalidade da sociedade e do País - agradecem. Por mim falo, mas creio que quanto melhores forem as opiniões e a informação veiculada nos jornais melhores e mais exigentes também serão, naturalmente, as condições de governabilidade do país. Se assim fôr, poderemos pensar que a bons jornais corresponderão países e sociedades mais justas. E assim também homens e mulheres mais esclarecidos e mais felizes nesta aventura que é viver e onde a realidade e a ficção estão perdendo as suas tradicionais compartimentações.
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