terça-feira

A alma das tartarugas e a sociologia da esperança

O jovem português personificado nesta carcaça reza para que o Gregório lhe devolva a alma perdida. Viemos a saber posteriormente que a alma dele se resumia ao subsídio de desemprego...
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Vejo mais um Prós & Contras - porque à última fora avisado que em estúdio estava um amigo como convidado especial. O programa era sobre a alma de Portugal e dos portugueses e de como se poderiam gerar algumas receitas, estratégicas ou indicações para tirar Portugal do abismo em que se encontra há anos. Um abismo na moral e nas relações de confiança entre as pessoas e os agentes sociais, na economia, na política como se de um cancro se tratasse que progride a galope como uma doença cancerosa que invade todo o corpo social - tolhendo todos, excepto a classe A - que representa cerca de 2% da população portuguesa a que as crises nunca apanham.

Image Hosted by ImageShack.us O programa remetia a narrativa para a sociologia da esperança e dos métodos e recursos que as pessoas, as empresas e as instituições sociais em geral - poderiam abrir mão a fim de encontrar essa tal alma - que se espraiou desde a gesta dos Descobrimentos - que depois foi narrada aos povos e contada às crianças, e o bom do Luíz Vaz de Camões inventou aquela majestosa ilha dos Amores por forma a compensar os tugas com uma grande orgia pela aventura a que se cometeram - fazendo-se ao mar com umas bússolas e uns panos rotos amarrados a uns manhosos mastros que navegavam à bolina - e que tinham apenas uma certeza: a da partida, mas não a da chegada.

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  • Mas antes de tecer uns comentários muito sistemáticos sobre essa sociologia da esperança que nos permitirá localizar essa alma perdida, queria aqui contar aquilo que para mim - nos meus tempos de criança, ajudou a consolidar a ieia de alma, essa essência das essências que nunca se vê mas que se pressente no vazio do nosso ser, no labirinto da nossa memória que já tem saudades de futuro.
  • Essa (minha) noção de alma tem a ver com umas tartarugas que guardava num tanque contiguo à casa onde então vivia, na zona de Abrantes, Ribatejo. Portanto, não se tratava de zona saloia - que atira mais para Caneças e se resume a um esprit fechado ou de fechamento que é, precisamente, o inverso daquilo que se pretende com o universaalismo da matriz cultural que animou a nossa identidade colectiva e corporizou-se com a forma e a essência da gesta dos Descobrimentos. Ou seja, ao fechamento saloio e bacoco constante da ideia de um Portugal-fortaleza - sobreveio um Portugal aberto, pluricontinental e multicultural que depois a miscigenação e a colonização acentuaram, nem sempre da forma mais correcta para o desenvolvimento dos povos indígenas que exploramos, como, aliás, toda a Europa branca quando acelelerou a chamada corrida a África - no séc. XIX.. por causa das matérias-primas, da mão-de-obra e do interesse geoestratégico associado a toda essa vaga de colonização e de imperialismo - que hoje se revestiu do nosvos contornos e de novas texturas.
  • Foram essas tartarugas que exerceram um fascínio indescritível sobre mim. Tudo por causa da atitude delas, - das tartarugas - que se íam renovando no dito tanque à medida que as que estavam apareciam mortas, e não era - certamente - por afogamento!!
  • O que se passava, em concreto? Todas as manhãs tinha uma missão quase doentia de ir para a borda do tanque observar as little turtles, mas fazia-me acompanhar por um pau de 2m. E sempre que me aproximava das tartarugas para as cumprimentar, elas pareciam estar sempre a dizer-me: vai levar no .. !! E eu ficava furioso. As tartarugas pareciam-me insolentes e arrogantes e tinham uma grande defesa - que se resumia ao seu entricheiramento na sua casca. Aquilo para mim era como se elas regressassem para o interior da sua casa, recolhessem à sua alma e assim criavam um muro intransponível, uma barreira de invisibilidade entre o seu mundo e o do observador - tudo isso me irritava deixando-me ainda mais enfurecido. Como estava de pau na mão - digamos que me tornava numa criança perigosa...

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  • Elas com a sua arma; eu com um pau de 2m na mão e com uma ruindade natural de criança - está-se mesmo a ver o desfecho daquele jogo entre o corpo (carcaça da tartaruga) e a alma (que consistia no seu entricheiramento) - ao qual estava impedido de entrar. Já na altura tinha a noção que a alma não se via, e as tartarugas aao esconderem-se na sua carapaça - acicatavam mais esse meu desejo de lhes ver a alma - que escondiam - nesse jogo do gato e do rato com muitas mortes à mistura naquele belo tanque onde também aprendi a nadar. Hoje recordo tudo isso com uma grande mágoa...

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  • É claro que resolvia as coisas à paulada e matava-as um pouco inconscientemente, pois supunha sempre que aquela carcaça forte de aço as protegeria sempre das minhas arremetidas selvagens e irreflectidas.
  • Hoje penso nisso e nem quero imaginar no número de funerais que teria de fazer por cada tartaruga e cágado que matei à pausada nos idos anos 70 no tanque de minha casa, onde também aprendi a nadar e brincava com os barquinhos a motor que acabava por espatifar naquele mesmo tanque. Ora como também lá parti a cabeça várias vezes - volvidos mais de 30 anos - verifico hoje que aquele tanque foi um sítio de múltiplas desgraças: matava as tartrugas, estragava os brinquedos, partia a cabeça nos mergulhos e, não raro, quando por lá apanhava uma menina a querer chapinhar - também me especializara na técnica das amonas - ainda hoje muito conhecidas entre nós..

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  • Enquanto via o Prós & Contras lembrava-me de tudo isso. Mas esse meu passado nenhuma relevância tem para o tema em apreço. Excepto no facto de eu supor que a alma das tartarugas era aquele espaço recôndito para onde elas recolhiam e me mandavam dar uma curva sempre que as queria observar mais de perto; e a carcaça visível - que eu supunha ser tão resistente como aço - era a sua própria casa, o seu corpo, o seu esqueleto. Então, por dentro tínhamos a alma das tartarugas e por fora o seu corpo. Pensava, não obstante a analogia, que connosco - seres humanos - a coisa também não seria muito diferente: temos um esqueleto que segura a configuração dos ossos; e por dentro está todo o nosso complexo sistema psíquico e inconsciente onde guardamos em gavetas todas as nossas memórias pessoais e colectivas que nos conferem uma determinada identidade. Indentidade enquanto pessoas, famílias e sociedades inteiras que depois o Estado - através dos recursos políticos, económicos, militares e administrativos que esmifra às populações por via dos impostos que cobra - organiza através duma pesada e complexa burocracia.
  • É claro que hoje, percebo que as tartarugas não me queriam mandar para a tal parte, nem a sua couraça é tão resistente como aço. De facto, essa carapaça que parece um escudo - integra a sua espinha dorsal e é, estranhamente, muito sensível, tal como a "alma" das pessoas e das nações... Só que esta é mais complexa porque não se vê; enquanto eu via o sangue das tartarugas que ía matando inconscientemente no meu tanque de criança - porque pensava que aquele escudo as protegia de tudo e mais alguma coisa, até da minha estúpida malvadez. Hoje sei que quando uma tartaruga apanha uma paulada sobre a sua couraça sente dor e, se caem de costas, a carapaça parte-se e elas morrem. Só espero que o sr. dr. M. Soares nunca dê nenhuma queda até ao termo das eleições...
  • Portanto, para mim o conceito de alma veio daí, da metáfora da própria reacção da tartaruga: por fora via-se o corpo/esqueleto e por dentro, quando recolhiam, como os caracóis, estava essa entidade abstracta e invisível denominada alma. É claro que a alma não é isso, nem se pode matar com um pau ou afogar num tanque - onde esfacelava a cabeça dos mergulhos que dava... E dei muitos, e uma vez também parti os dentes..
  • Sei, hoje, que a alma se quadra no pensamento, é una e múltipla, implica uma identidade e uma diferença - como os produtos publicitários que se elaboram para consumo de massas; sendo que a metafísica dessa mesma alma, ou seja, da alma de Portugal - só ganha relevância quando ela tem por essência adquirir uma existência concreta que povoa a vida dos homens, das comunidades que nos são mais próximas, enfim, que aproximam os povos com traços identitários comuns depois consolidados pelos laços políticos, empresariais, linguísticos e históricos. Um pouco como se a alma e a carapaça da tartaruga se fundissem num só e ganhassem asas para voar para fora daquele maldito tanque onde as matava às carradas. Espero, agora, que nenhum eco-fundamentalista me processe por fazer aqui esta confissão acerca das almas das tartarugas que matei quando tinha uns 8-11 anos, até porque era inimputável - como hoje são, perversamente, os pedófilos e qui ça, algum procurador geral de almas.. que ande por aí a entorpecer o regular funcionamento do nosso sistema democrático, judicial e o mais...
  • Hoje se tivesse que tecer uma teoria da alma e da idemtidade nacional - lembrava-me logo daquelas tartarugas envoltas em manchas de sangue, comigo muito admirado, pois pensava que aquela carapaça as protegia até dum catterpillar. Nessas idades pensamos até que os nossos pais são heróis e nunca morrem, depois assumimos a adolescência e aí - tocado pelo acne da juventude e o prenúncio da puberdade - tudo explode e tudo se equaciona; aí deixa-se de matar tartarugas para se passar a matar passarinhos - bem mais gostosos e digeríveis; e em lugar de matar a alma às tartarugas passa-se a matar a alma aos pássaros, outro crime ecológico dos anos 70. Ainda bem que já lá vão 30 anos e tudo isto já prescreveu; um pouco, análogamente, como irá suceder aos casos de pederastas da nossa praça... que hoje envolvem o sr. dr. Souto que pediu mais uma vaccacio legis até 6ª feira para encontrar as "ligas" da Pt dentro da caixa negra do avião desgovernado que é, hoje, a Casa Pia, perdão, a Procuradoria G. da Repúbica.
  • Dito isto, dito isto, dito isto - para retomar o expediente verborreico do prof. Martelo - diria o seguinte: a busca da alma lusa é um exercício complexo e até etéreo, sempre que ele não se corporize em algo de concreto, em algum projecto que mobilize a nação inteira. Sem Mourinhos, Figos e Cª pfv. Já agora também dispensamos o Jorge Coelho do PS - que é a banalização em movimento, o referente da vacuidade da política, o "assassínio" em directo da gramática..
  • Assim, buscar a alma nacional - perdida em cada canto do planeta por onde vagueamos à solta - como dizia Agostinho da Silva - que gostaria muito de ter visto em directo - é um pouco como manejar um eu múltiplo, essa assembleia de heterónimos de Fernando Pessoa, somando figurações da política e da economia e depois fundir nelas todas a energia colectiva duma sociedade cuja textura encontramos dispersa pelo mundo lusíada e lusófono através do veículo da história comum e se manifesta na religião, na língua e no sistema de valores e crenças que a antropologia consagra nos laços entre sociedades com algumas afinidades que partilharam projectos mais ou menos comuns. Mais ou menos escravizados e colonizados de brancos e pretos, de capatazes e pequenos escravos - que depois inventaram a capoeira para dançar e lutar..
  • A alma portuguesa é hoje esse Multiple Self - pessoano que tem de ser potenciado através de uma maior agressividade das nossas políticas públicas, nos domínios da cultura, educação, ciência, empreendedorismo/empresariado e o mais que pode potencializar valor ou introduzir mais valia na cadeia dos processos produtivos. Seja na esfera das indústrias culturais, seja no domínio dos produtos de 1ª necessidade e dos serviços e das tecnologias de ponta. Só assim não continuamos a partir a carapaça às tartarugas...
Image Hosted by ImageShack.usSistematizando, e fixando alguns contributos sólidos e criativos do meu amigo José Adelino Maltez e do sr. Dr. Nandim de Carvalho - diria o seguinte acerca da matriz da nossa alma colectiva e do que ela poderá representar - hoje - em regime de globalização competitiva, em que as mobilidades múltiplas abatem todas as distâncias e compartimentações políticas e administrativas outrora existentes e reguláveis dentro do velho quadro normativo do Estado nacional.
  • Em 1º lugar - diria que essa alma é uma figuração que remete a nossa mente colectiva para um eu integrado que, de forma plástica, poderá identificar ideias, estratégias e medidas para serem executadas e/ou corrigir erros nas opções de política cultural, lusofonia, educação e o mais que define a autonomia e a identidade de um país, mesmo que integrado num grande espaço que é a União Europeia - que hoje navega à vista, sem liderança, força nem carisma - tal é a qualidade dos seus dirigentes.
  • Em 2º lugar - a alma é uma filosofia que remete o nosso sistema psíquico para a metapolítica, ié, para a própria filosofia da política, dos valores, das normas e das crenças que depois balizam tudo o mais. É este vértice da pirâmide que poderá dar consistência a um modelo de alma colectiva com vigor - cuja energia imprimirá um novo impulso por exemplo - à lusofonia, nos domínios da educação e empresariado, ciência e cultura e o mais de interesse coomum.
  • Em 3º lugar - a alma desdobra-se numa figuração que visa concertar a posição dilacerada dos vários desejos com a realidade. Ou seja, compatibilizar as nossas legítimas aspirações e sistema de expectativas sociais com os recursos e a riqueza produzida numa sociedade que, como sabemos, está a empobrecer e a divergir da Europa em todos os indicadores de desenvolvimento humano, o que é preocupante. Talvez mais do que a morte das tartarugas e dos pássaros - que sempre davam bons petiscos e animava a malta. Enfim, desportos de saloios..
  • Em 4º lugar - a alma lusíada - reencontrando-se com a sua própria história de meio milhar de anos - deverá planificar e assumir essas opções culturais, e fixar calendários para desenvolver esses programas de cooperação com os PALOPs nos diversos domínios em que temos uma tradição histórica e cultural comum.
  • Em 5º lugar - a alma lusitana - tributária dos "Viriatos", dos "Padres Antónios Vieiras", Camões, "Pessoas", "Eça(s)" - Zaramago não pfv - esse ainda está a aprender a escrever apesar de já ter sido nobilizado (por o júri do prémio A. Nobel q se encontrava embriagado) deverá acentuar a existência de eus sucessivos através do tempo e de mudanças identitárias que perturbam - mas também valorizam - a continuidade do nosso projecto nacional, co-extensivo ao Estado e à essência de ser português no séc. XXI.
  • Em 6º lugar - a alma portuguesa não deverá ser "saloia" - ou de Caneças nem da Póvoa de Stº Adrião e arredores - que vai dar ao mesmo, mas ser aberta, universalista e cosmopolita, socrática - doutro modo não teríamos assumido a aventura que gravámos a lazer no mármore da história universal através da gesta dos Descobrimentos.
Ser "saloio" aqui é ser camiliano - cujos romances versavam temas do foro íntimo das pessoas, das suas paixões e crimes de fronteira e passionais, em que as personagens não tinham mundo, nem as problemáticas eram portadoras de relevância estratégica ou denunciavam opções de cultura que ajudassem a internacionalizar e a modernizar os nossos hábitos e mudar alguns costumes por via daquela abertura ao exterior; - que só um Eça (por contraste) - viabilizou - marcando, desse modo, o domínio da cultura (por via da literatura) e abrindo Portugal às correntes culturais que sopravam da Europa novecentista. Camilo morreu cego e saloio; Eça morreu com grandeza e com uma aura cosmopolita. É claro que tudo isto só se reconheceu à posteriori, como se faz ao bom estilo do portuga saloio... Só se destapa uma lápide depois do "índio" ter patinado; em vida as pessoas pouco ou nada interessam. Nem sequer há gratidão entre os homens. Aqui funciona a "inveja", a arrogância, a soberba - se bem que disfarçada e polida de muitas vénias de corredor para inglês ver - que é o principal defeito que nos tolhe enquanto identidade colectiva. Camões lá sabia do que falava. E também soube por que razão concluiu Os Lusíadas da forma como concluiu. E falo dum homem que passava a vida no engate ou à pancadaria; nos intervalos escrevia..
Image Hosted by ImageShack.usEsta estratégia faz-se cruzando as histórias e os trajectos pessoais com a história dos países. Quantas vezes certas personalidades não marcam indelevelmente a trajectória de um todo um povo... de forma a que todos beneficiem em qualidade de vida e de bem-estar. Lembre-mo-nos de M. Gandhi, por exemplo.
  • Em 7º lugar - a alma de Portugal tem de harmonizar a herança freudiana e limar as arestas entre o consciente e o inconsciente - sem nunca menosprezar as suas mais profundas pulsões, já que a alma também deve ter o seu ego e super-ego e, bem assim, as suas manias e arrogâncias, soberbas, gulas e luxúrias.
  • Em 8º lugar - e não menos importante, a alma nacional deve segredar aos ouvidos do Príncipe, neste caso a José Sócrates - que o conflito crescente entre o eu económico e o eu social, o homo oeconomicus e o homo politicus tem de ser urgentemente aplacado, sob pena de um dia o PM acordar em S. Bento e assistir a alguns milhares de tugas a matarem cágados empunhando grandes varas alí nos pequenos riachos da residência oficial do PM, mesmo nas trazeiras da Assembleia da República - onde se fazem as leis que nos desgovernam.
  • Em 9º lugar - temos de encontrar a alma.
  • Em 10º lugar - e uma vez encontrada a alma - perguntar-lhe donde veio e qual foi o seu emissário. Depois polí-la muito bem com Ajax ou amónio - como se faz aos vidros das marquizes das cozinhas a fim de as ditas almas ficarem completamente transparentes.
Resta, agora, saber o seguinte:
  • - Se a encontramos com recurso à justificação cívica - seguindo de perto J. J. Rosseau - pugnando pelo aumento da igualdade;
  • - Se a encontramos com recurso à justificação industrial/versão choque tecnológico - seguindo S. Simon que pugnou pelo aumento da produtividade e salários baixos;
  • - Se por recurso à negociação e ao êxito nos negócios - seguindo A. Smith e a sua Riqueza das nações;
  • - Se inspirado em Sto Agostinho - clamando por criatividade e fé em Deus e todos ao molho - que era a técnica do Pedroto quando era treinador do FCP - e como hoje faz o "saloio" do Mourinho que todos endeusam - mas que não passa dum menino rico, arrogante, parvo e repleto de birras e mimos - mas é este tipo de pessoas que os analistas da futebolítica como Searas e compª - promovem no espaço público, lamentavelmente. O modelo do Eusébio também não é o melhor, confesso - porque aí junta-se o carácter secundário do futebol às biqueiradas na gramática e, sem querer, estamos não só a exportar um universo de afectividades mas também um mar de iliteracia.. Eusébio está para a gramática como J. Coelho está para qualquer coisa... Mas, enfim, é o que temos - e sempre é capaz de ser melhor do que matar tartarugas e cágados com uma vara de 2m...
  • - Se, ainda, por recurso a bruchedo, a Fátima e ao pastorinhos ou ainda a alguma confissão post-mortem da irmã Lúcia que já partiu e já deve estar a beber chá e a jogar às cartas com o grande e saudoso João Paulo II - um verdadeiro Papa - de rosto humano.
  • Confesso que gostei do programa e da selecção dos intervenientes por dona Fátima: um publicitário que me pareceu estar a vender consolas para computadores com promessas mágicas do Pentium VIII já para Fevereiro; um escritor que concebia um guião para telenovelas da TVi revelando que é uma sombra intelectual de seu saudoso Pai; uma bióloga que me parecia estar a cantar as janeiras pelagiadas duma versão turca em Belém (para Cavaco e não para Alegre ver) e em pura desordem hormonal; um padre que quando falava parecia que estava calado comendo palavras como crianças comem sopa de letras, e quando assim estava emudecia.
  • Não fora o poeta e politólogo Adelino Maltez e o jurista Nandin de Carvalho terem introduzido alguma ordem, consistência e imaginação sociológica à mesa e aquele debate mais parecia uma nave de loucos que tinha aterrado sobre os Jerónimos vinda de Marte e cheia de psicadelismos...
  • Como se pode imaginar a alma anda por aí, como o outro... Só que não se vê. É um pouco como os salários comidos pela inflação...
  • Poder-se-ía até dizer que enquanto a irmã Lúcia joga às cartas no céu com o já saudoso João Paulo II, este tipo aqui de baixo (que pode ser o Zé Povinho do Bordalo que o vendedor de publicidade diz já não existir) - clama pelo gregório a fim de que este lhe devolva a alma perdida pelas leis da economia e as regras inexoráveis da globalização.
  • Que é como quem diz: um salário, desta vez, maior do que a inflação...
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