segunda-feira

O novo Porto de Recreio de Oeiras e o inefável dr. Isaltino..

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  • O pior da política é o absurdo. E pior que o absurdo só um jogo de absurdos... Tudo para quê, afinal? Por causa de uma autarquia... É curto!!
Em rigor, nada temos contra a pessoa do Sr. dr. Isaltino Morais. Confesso até, pelo que me é dado ver pelas imagens e pelo trato que ele cultiva com as pessoas na rua, que é uma pessoa muito humana, afável, gosta também de ser o pólo das atenções e de irradir o sol quando passa. Parece que é também um self-made man, que desceu as escadas do país do Norte para o Centro e aqui conquistou um lugar na política. Conseguiu tudo isso até 2002, ano em que entendeu - pressionado pelas circunstâncias conhecidas - abandonar a CMO para integrar o governo de Barroso - esse grande responsável pela crise psicológica e de confiança em que hoje Portugal vegeta. Mas as considerações aqui desenvolvidas são do domínio ético-político, e não de cariz pessoal. Há dias, mesmo sem nos conhecermos, o dr. Isaltino teve a amabilidade de comentar um artigo meu com elegância - que retribui com gosto no mesmo espaço de informação e de análise - a revista TEMPO - que agora passou a ter uma periodicidade mensal, creio. A imagem infra é da responsabilidade de um blog com o nome Arioplano (referenciado), e de lá foi extraída. É claro que se trata de uma coisa de gosto duvidoso, mas nunca devemos julgar os outros na praça pública - por isso, invocamos aqui aquela máxima do direito e do bom senso que até decisão julgada todos nos presumimos inocentes. Mesmo que na prática - sejamos uns "artistas" do alcatrão, uns desenrrascas, enfim, uns fura-vidas - como diz o povo. Mas o ponto para o qual quero chamar a atenção das pessoas que têm a paciência de me ler - e sei que são algumas - sobretudo aqueles que não têm a coragem para se mostrar e passam a vida na penumbra do esbulho intelectual - é de âmbito estritamente ético-político. Com efeito, o ex-autarca está ferido de morte no plano moral, se é que isto conta algo para a esfera política. Mesmo que as acusações e indícios que sobre ele impendem se provem falsos ou o processo seja arquivado. Mas é por existir essas sombras a pairar que se deveria aguardar e depois, então, avançar na conquista do voto do povo. Ora, fazer o contrário parece-me de mau gosto e de falta de senso político. É aqui que o ex-autarca - porque é um homem governado estritamente pelas emoções e por uma multidão de impulsos desgovernados - falha rotundamente. E quando digo rotundamente, não é porque tenha algo contras as "rotundas", pois até as acho necessárias e instrumentos que evitam muitos acidentes viários... Mas neste caso, e em particular a forma tosca e atribulada como ele e as suas pessoas desenvolvem a sua campanha em Oeiras - releva a profunda dependência da reputação e da tentativa de a tornar inexpugnável. Ora, o visado neste momento, quer queiramos quer não, não pode invocar aquele valor por uma coisa muito simples: não quer esperar pelo tempo da Justiça, antes, ele quer que seja o tempo da Justiça a esperar por ele sob a pata tutelar da política que julga manobrar. É aqui que o sr. dr. Isaltino, que julgo ter formação jurídica, deveria ser mais cauteloso. Sob pena de um dia - quando provar a sua inocência - (e oxalá que prove) também não destrua os seus inimigos políticos minando as suas próprias reputações, depois deve afastar-se de modo a deixar a opinião pública acabar com os fios presos na penumbra da memória. Ora, aquilo que o ex-autarca de Oeiras no passado fim-de-semana fez foi uma tentativa para não ficar perdido no meio da multidão, ou mergulhado no esquecimento. Julgo que Oeiras não o esquece, pois ele fez obra no concelho juntamente com a sua equipa. Não é bom é tornar-se visível a qualquer preço, procurando atrair as atenções parecendo mais colorido do que o próprio arco íris mas, ao mesmo tempo, mais misterioro do que as massas tímidas e amenas de uma tarde solarenga em fim de Verão. Ora, com a experiência política e de vida - que o dr. Isaltino tem - ou deveria ter - surpreende-me o facto de ele continuar a agir como se as pessoas valorizassem esse tipo de conduta. De facto, não valorizam. Quando procura trazer os outros até si mais não faz do que os deixar escapar. O povo hoje está mais arguto, é menos pacóvio e Oeiras é um concelho de gente nova, ilustrada e esclarecida. Mas parece que essas pessoas existem por todo o lado excepto na comissão de campanha do sr. dr. Isaltino Morais. Por isso, nos esforçamos aqui - numa atitude que é até de compreensão política - de induzir algum senso naquelas táticas e estratégias que não levam a lado nenhum. Excepto à conflitualidade, à intriga e às lutas intestinas que só penalizam a imagem e os interesses do concelho. Hoje já não basta umas pessoas seduzirem outras a seguirem um líder sob promessas de ganhos fabulosos. Ou de empregos chorudos. No meu caso, imaginemos que a Drª Teresa Zambujo ganha as eleições - que é sem dúvida alguma a hipótese mais provável nas actuais circunstâncias - e me convida para um cargo qualquer. O ordenado pode ser bom, o salário também - mas se não faço o que realmente me realiza apanho uma depressão e depois gasto o dinheiro todo no psiquiatra e nos fármacos, e lá se vai a aparente vantagem de correr com afinalidade de obter um benefício pessoal. Sejamos francos: interesses todos nós temos; ambição também. Mas será que um triunfo momentâneo - colocando a hipótese pírrica do ex-autarca vencer - vale a pena de toda esta guerra auto-destrutiva e fratricida em que o dr. Isaltino, por pirraça, se envolveu?! Creio bem que não. Até o próprio concordará - lá no seu íntimo. Aquilo foi uma aposta que ele fez consigo próprio, ou um desafio a alguma força transcendete que aqui não conseguimos caracterizar.. Por último, aproveito só para deixar mais três considerações à pessoa do sr. Dr. Isaltino Morais - dada a atenção que dispensou à minha reflexão, como acima referi. No debate que fez na SIC - era o que estava mais nervoso de entre os demais candidatos, apesar de parecer o contrário. Estava muito tenso, e isso impedio-o de ver a linha de fronteira que separa o passado do presente e do futuro. . Tanto que se esqueceu ao que ía. Pois não referiu uma única ideia para o concelho. Passou o programa a querer absorver o trajecto dos outros candidatos sem referir uma única opção para Oeiras que não cheirasse a bolas de naftalina. Ora isso, perdoe-me a franqueza, é passado. Vive no limbo desse sucesso, e daí não consegue passar. Tal como a mosca não consegue transpôr o vidro. Ela sabe que o vidro está lá, mas não o transpõe... Há algo na sua acção política que o impede de romper essa cristalização, desde que não se fantasie com cenários ficcionais que só são dignos de filmes de ficção - que também aprecio - mas é no cinema. Uma última nota: como se sabe toda a gente tem um ponto fraco. Olhe o meu é ter pouco dinheiro, pois gostaria de ter um apartamento com piscina e barbe... Mas não tenho. Vendo bem, gostaria mais de uma vivenda ou moradia... Mas competir com uma brecha no muro do castelo é o mesmo que correr com um pedregulho dentro das sapatilhas. Porquê, afinal, tanta impaciência? Regressar a um sítio onde já esteve quase duas décadas??!!! Por amor de Deus. Que falta de originalidade e de sentido estratégico para o desafio. Depois, também já não dispõe nem do vigor nem da capacidade de realização muito menos da capacidade de inovação e de planeamento que, porventura, teve com a sua equipa no passado - e cujas condições políticas, económicas e sociais jamais se repetirão. Isto é de lana caprina. Não entender este A, B, C da política é não perceber nada, ou então é ainda julgar que o Sol está quieto e o que mexe são as nossas cabecinhas frágeis e ocas... Ora bem: pois eu acho que concorre precisamente porque tem um terrível ponto fraco, que é a tal brecha no muro do castelo. Só que esse castelo não se assemelha às fortificações da Idade Média do Castelo de Marvão. A candidatura que corre contra a actual autarca, Teresa Zambujo, decorre de uma terrível fraqueza - se bem que dissimulada em força e coragem - mas é, afinal, o sub-produto de uma insegurança, potenciada pelos tais impulsos e emoções desgovernados e incontroláveis que podem espelhar, em parte, um pequeno prazer secreto de "vingança do chinês". Mas o pecado capital desta candidatura do ex-autarca de Oeiras - que aqui de bom grado ajudo a clarificar - e sem levar honorários pela assessoria política que a respectiva comissão de campanha manifestamente não consegue entrever, decorre de outra gritante insuficiência. Com efeito, esta candidatura - feita à revelia de tudo e de todos - até do bom senso e do bom gosto - demonstra à exaustão que se é incapaz de dominar a arte de usar do timing certo para fazer política (e até campanha eleitoral, como provou no Sábado passado). Ou seja, em todos os momentos - com excepção da sua auto-suspensão de militante do PSD (pois até aqui creio que o PSD formal lhe quiz dar esse tempo para sair pelo seu pé, doutro modo teria encurtado o tempo da decisão e expulsa-lo-ía) a pressa manifestada pelas acções de campanha denunciam não só a falta de controlo de si mesmo, como também a falta de domínio do tempo, que em política é crucial. Nada nessa candidatura revela paciência, como se soubesse, afinal, que tudo está perdido. Em face do exposto o que fazer com esta vanguarda de espíritos ingovernáveis que querem pôr Oeiras no mapa da conflitualidade institucional e político-judicial nos próximos tempos em Portugal??? Esta é a magna quaestio a que importa responder. Ora como sou um democrata - e gosto de ser altruista, direi o seguinte a essa candidatura do ex-autarca que só me chamou a atenção pela forma caceteira como no passado fim-de-semana as tropas de campanha se apresentaram por entre as multidões que ali estavam - desportiva e descontraídamente - para assistir à inauguração do Porto de Recreio de Oeiras - que segundo reza a história é obra sob o mandato de Teresa Zambujo e de toda a sua equipa e dos oeirenses em geral. E essa nota de conforto é a seguinte: em política é útil que os actores saibam ser detectives de si próprios e nos momentos certos. O dr. Isaltino não pode é andar a brincar ao carrossel da política: umas vezes porque quer ser ministro; outras - porque o chão lhe foge sob os pés - e pretende regressar ao lugar cativo que deixou na CMO. Como se a política fosse o futebol... Estas condutas em democracia são uma verdadeira chachada, é inadmissível. Sobretudo quando é o próprio a demitir-se invocando não existirem razões políticas para continuar. É esta falta de tino político que me perturba, esta lata na política que faz com que toda a classe seja crucificada perante o povo que se afasta cada vez mais dos dirigentes que acusa de corruptos e de incompetentes. O dr. Isaltino, pelos vistos, e não obstante toda esta experiência de anos acumulada na esfera política, não interiorizou uma regra de oiro da política: aprenda a esperar quando ainda não é altura, e a atacar ferozmente quando for propício. Mas o mais grave de todo este mar de indefinições é o próprio comportamento do aparelho Judicial, que mais parece o trém de Carcavelos a Cascais que no séc. XIX demorava 3 horas a fazer o percurso.
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  • Aqui não se consegue perceber a legenda. Faça-a você mesmo...
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Rui:
  • Li o teu blog e não posso deixar de me congratular e ao mesmo tempo dar os parabéns à Dr.ª Teresa Zambujo, a ti e principalmente a todos os que no Concelho de Oeiras, e não só, podem passar a usufruir do novo Porto de Recreio com tudo aquilo que ele pode oferecer no desfrute de um dos pontos da mais linda de costa da Europa que é a nossa, de Lisboa ao Estoril.
  • De tão linda que é, seria imperdoável que os Presidentes de Câmara que têm a seu cargo essa faixa de território privilegiada pela natureza não estejam verdadeiramente conscientes da responsabilidade que representa acrescentar seja o que for num local que é único pela sua beleza paisagística e que, para além de terem que corresponder esteticamente a essa beleza, sejam obras viradas para os cidadãos, todos os cidadãos, concebidas e executadas a pensar neles.
  • Oeiras e a sua praia de Santo Amaro está ligada à minha meninice já que, em meados da década de 40, a tua avó me levava para lá, a mim e ao teu pai, de férias a banhos, como então se dizia. Era uma praia acessível ao povo de Lisboa através do comboio, enquanto que Carcavelos, onde o comboio já não chegava, estava apenas destinada aos ricos que tinham automóvel e que à data eram apenas meia dúzia deles. Era uma praia acolhedora, de ondas meigas, onde ao Domingo as pessoas assentavam arraiais à volta dos farnéis onde não podiam faltar os inevitáveis pastelinhos de bacalhau e o garrafão de vinho tinto, provavelmente do Abel Pereira da Fonseca, ali ao Poço do Bispo, porque nessa altura beber vinho era dar de comer a um milhão de portugueses, segundo dizia Salazar ou mandava dizer.
  • Tenho uma recordação muito vaga alimentada por uma ou duas fotografias que foram sobrevivendo ao longo dos anos mas hoje é tudo tão diferente que não dá para relacionar nada, outros mundos, outros tempos, quando ainda não havia arrastões, ( será que houve algum?) e para manter a ordem lá estava o cabo do mar, menos a ordem e mais o respeito, porque os problemas da ordem nem se punham. No entanto, sempre era preciso estar atento para algum mais atrevido que se lembrasse de querer mostrar o peito numa perigosa falta de respeito pelas senhoras porque, nessas coisas das “vergonhas”, como em outras, Salazar não facilitava. Mas do que me lembro bem era da senhora que, afadigada, corria a praia a vender as bolas de Berlim, e mais o senhor da bolacha americana. Depois dos banhos intermináveis de uma manhã inteira a mergulhar nas inofensivas ondas do mar, debaixo do olhar atento da Torre do Bugio, a fome era de rachar e que bem que então me sabia a tal bola de Berlim.
  • Mas voltando ao Porto de Recreio de Oeiras, depois desta ligeira passagem por Stº Amaro de outros tempos e das minhas memórias, não pude deixar de tomar nota do comportamento do Dr. Isaltino que descreves no Blog e que aponta, mais uma vez, para a menorização que ele faz das pessoas. Um candidato que se diz sério, responsável, conhecido, competente, tem necessidade de invadir um espaço que está a ser objecto de uma cerimónia pública de inauguração para, aproveitando a natural aglomeração das pessoas, tomá-las de assalto, impor-lhes de surpresa a sua presença e com um pequeno grupo de rapazinhos, proceder à distribuição de material de campanha eleitoral autárquica, adulterando o momento e desrespeitando as pessoas?
  • Quando me referi aqui há dias ao Dr. Isaltino, a propósito do debate com os outros candidatos à Câmara de Oeiras, nomeadamente com a Dr.ª Teresa Zambujo, salientei, como a nota mais preocupante da sua personalidade, a relação doentia, patológica, que ele demonstrava com o poder. Em vez de instrumento para o exercício de uma função, de um meio para atingir um fim, que me pareceu, por exemplo, evidente, no tom sereno mas convicto da Dr.ªTeresa, o Dr.ºIsaltino, pelo contrário, tem todos os tiques de quem vive enamorado pelo poder e não pode viver sem ele. Trata todos pelo seu nome, afirma-se dono de tudo e mais alguma coisa, considera-se a si próprio um predestinado, um líder nato, e, como tal, quem lhe disputar o poder faz, aos seus olhos, figura de usurpador e isto é, potencialmente, perigoso. Por isso, invade o espaço da cerimónia da inauguração do Porto de Recreio de Oeiras, impõe a sua presença às pessoas como que dizendo-lhes:”… que importa isto, eu é que sou importante, concentrem-se em mim, sigam-me, eu sou o vosso chefe natural, o vosso salvador…”
  • Sem dúvida, os cidadãos de Oeiras têm um problema a resolver em Outubro, no dia das eleições autárquicas. O Dr. Isaltino precisa de uma cura de humildade que o reconduza à sua dimensão e que o faça sentir apenas mais um entre pares. Para isso, precisa de tempo e disponibilidade. Entregarem-lhe, novamente e nestas condições, o poder é mau e perigoso para os outros, a ele não ajuda nada e para o Partido que lhe deu visibilidade e protagonismo, também não.
  • Dizia o Almirante Pinheiro de Azevedo no período quente do pós 25 de Abril que “ O Povo é Sereno”, veremos agora, a este propósito, se ele consegue ser mais que sereno…
Xau, continuação de boa tarde. Tio Quim Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us