quarta-feira

Portugal ante a pobreza e a riqueza das nações: Adam Smith vs David Landes

  • Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us A diferença entre países ricos e países pobres não reside na Idade dos países. Países como a Índia e o Egipto, são milenares e, contudo, são pobres. A Austrália, a Nova Zelândia, o Canadá e os EUA – que há 200 anos praticamente não existiam, são hoje países ricos e desenvolvidos que comandam o Mundo. A diferença entre países ricos e países pobres não reside nos recursos naturais disponíveis.
  • O Japão, por ex., é a 2ª economia mundial, com 80% de território montanhoso e pouco arável para a agricultura e criação de gado. No entanto, o país é uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o mundo e exportando produtos manufacturados e intensivos em tecnologia.
  • A Suíça, terra dos relógios, dos chocolates e dos salários elevados, apesar da sua exiguidade, cria gado e cultiva o solo durante todo o ano, produzindo excelentes lacticínios e carnes conhecidos em todo o mundo. Pequeno país, tem uma imagem de segurança, ordem e trabalho que o transformou na “caixa forte” do Mundo.
  • Os executivos de países ricos – em comparação com os seus homólogos dos países pobres, mostram que não há diferença intelectual significativa. A sua raça ou a cor da pele também não são importantes. Imigrantes rotulados de preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países ricos.
  • So, what´s the difference? A diferença está na atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela Educação e pela Cultura. Nos países ricos e desenvolvidos, a grande maioria das pessoas segue os seguintes princípios de Vida: a ética, a integridade, a responsabilidade, a observância do rule of law, o amor ao trabalho (que liberta, como diria Hegel), a disciplina, a pontualidade e o esforço pela poupança e investimento.
  • Nos países do “Sul” só uma minoria observa aqueles princípios-guia. Portugal, com novel governo (com 50% de independentes), não é pobre porque nos faltam recursos naturais ou porque os políticos são incompetentes e a natureza foi cruel connosco. Somos pobres porque nos falta vontade para cumprir e ensinar novos princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.
  • Os países, como as pessoas, têm destinos diferentes nas suas economias nacionais. A Riqueza das Nações, ecoando Adam Smith, estudou só uma das dimensões, ao invés de D. Landes que se interrogou por ambas (riqueza e pobreza). Smith viu o que correu mal nesse background, enquanto Landes estudou as raízes relativas (e absolutas) dos êxitos e fracassos das economias históricas do mundo moderno.
  • Hoje todos somos multiculturalistas, daí a hierarquia das urgências em equacionar processos de desenvolvimento doutras áreas culturais que influem no espaço cultural europeu (e nacional). O qual já não assenta na globalização imperialista e colonial cujo modelo de dominação estava centrado no Estado nacional; nem na unidimensional globalização dos mercados do modelo asiático, mas no modelo da globalização competitiva dos EUA – articulando interesses entre blocos regionais, harmonizando normas económicas com estratégias de poder global.
  • A pobreza relativa do mundo actual resulta do falhanço da dimensão política, religiosa e mercantil protagonizada pelas elites globais que não passaram o teste da globalização competitiva. Ante a força e a anarquia dos mercados, o erratismo das multinacionais de risco e das agências e operadores financeiros internacionais que armadilham, simultaneamente, a soberania dos Estados e infernizam a vida das pessoas, chegamos ao seguinte paradoxo: o 1º nível, embora numericamente inferior, domina os instrumentos da sociedade da informação e racionaliza a dinâmica das sociedades, tomando as principais decisões; o 2º e 3º níveis são mais numerosos, mas são forças fragmentadas que dependem do 1º nível, e organizam-se ainda em função da etnia, da religião, do regionalismo e do nacionalismo – o que facilmente os conduz para posições radicais de rejeição da modernização.
  • Hoje o alvo é a classe média mundial. E aqueles que acreditam que o sucesso económico duma sociedade é independente dos seus imperativos morais e culturais falharão. Portanto, se ama Portugal deve divulgar este texto aos seus amigos, sob pena de continuarmos todos ainda MAIS POBRES!
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