Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
segunda-feira
O mega-ministro super-precoce
Qual é coisa qual é ela - ainda não tomou posse - e já apresenta narrativas deslumbrantes que deixam os Tugas - desconcertados - com aumentos de impostos?
Será o fisco?, Salazar não é certamente!
Isto da economia tem muito que se lhe diga. Mesmo no seio do metier das opiniões dos cientistas económicos - a doutrina é incerta: para os neoclássicos não existem sinais mais confiáveis do que os sinais do mercado. Seguem aí os passos do grande mestre: As grandes nações nunca empobrecem devido à prodigalidade e má gestão da iniciativa provada, se bem que podem empobrecer por vezes em virtude da prodigalidade e da má gestão dos poderes públicos.
A totalidade - ou quase - das receitas públicas é em alguns países utilizada para a manutenção de mãos improdutivas. São dessa espécie as pessoas que compõem uma enorme e esplêndida corte. Qual grande igreja, grandes forças armadas e grandes exércitos, que em tempo de pax nada produzem e em tempo de guerra não compensam a despesa feita com a sua manutenção.
Se a imaturidade e a leviandade política pagassem imposto o supra mega-ministro - Tio Patinhas - com a narrativa tributeira com que enterneceu os tugas, já afogados em impostos sem que os serviços sociais lhe correspondam, já estava em débito para com o Estado, ou seja, 10 milhões de portugueses já eram credores do sr. Doutor Campos e Cunha (cujo apelido também não ajuda a credibilizar e a moralizar o sistema). Isto nada tem a ver com os ex-ministros Pedro Lynce e Martins da Cruz..
Lembro àquele liberal, que parece que tem consciência social, que já Adam Smith se preocupava com o facto de esses servidores do Estado, que nada produzem, terem de ser mantidos pelo trabalho dos membros mais produtivos da sociedade.
De facto, aquela narrativa foi um mau começo. Enjoou antes do prato ser servido. E dá vontade de telefonar à senhora e dizer: olhe não envie o convite, porque nós não vamos, temos televisão e ficamos a ver o espectáculo em casa.
Seria desejável que a moda não pegasse. Nem de empurrão. E se houver mais deslizes, pré-políticos, seria mais conveniente que o excelentissímo Sr. doutor Cunha experimentasse em falar no abatimento do lado da despesa pública. Começando, por exemplo, por racionalizar os custos da frota automóvel e vender os boletins do IRS mais baratos. Esperemos que ele não copie esta nossa "brilhante e mui original ideia" e passe a considerá-las como as duas grandes reformas do seu madato para a área "fiscaleira & tributeira".
Contudo, este lapso teve um mérito: alertar-nos para o facto de que um bom técnico pode ser um mau político; e um bom político nem sempre é um bom técnico. Lá teremos de reler Max Weber para perceber o distinto entre o Político e o Cientista. Este governo parece ter muitos cientistas - que têm agora de provar que são bons políticos. Mesmo que estes nunca cheguem a ser bons técnicos...
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