domingo

Memórias do cárcere: o sol em diálogo com a Natureza

SOMOS O ESPAÇO QUE OCUPÁMOS NA NATUREZA, AGORA VISTO DE FORA...

- Por vezes, ou muitas vezes, a Liberdade não é senão uma memória do cárcere, feita duma liberdade tão condicionada à luz dos sentidos e da razão que confundimos os conceitos e as realidades: Liberdade e falta d´ar. 
- Só a oxigenação da mente e do espírito, que se pensa abrange também a alma, poderá atenuar essa circunstância limitativa da razão e da emoção.  
- Os dias passam, o tempo não se confina a caprichos e talvez o melhor seja fazermos o "jogo" dele: aproximarmo-nos do Sol, falar com a Natureza como quem conta um segredo importante, pegar nas mãos das árvores, fixar-lhes olhos imaginários e, de seguida, abraçar todo esse crespúsculo. 
- Porque amanhã não sabemos se... E porque o tempo não pára e é um ditador sem igual!!!
- E como não pára e não o conseguimos ultrapassar, nem por desgaste ou cansaço, talvez o melhor seja sentarmo-nos nos degraus da escadinha onde o sol nasceu, e debitou os primeiros passos que depois fizeram eco por anos, por uma eternidade...
- Como se as luzes da emoção piscassem ininterruptamente, em casa e nas ruas, inundando todo o espaço da memória e daí colonizando todo o corpo ao "encontrão". Ou, como diria o poeta, por entre livros e autores contrastantes, de José Gil à História de Calígula - que foi "só" o mais terrível imperador romano, e fossem essas luzes, já com o sol a pôr-se na linha do horizonte, que permitisse ouvir novamente os passos finos de lã, registasse a respiração contida do seu amarelo-girassol e o cheiro exalado da sua pele.
- Sem que o sol ocupasse já o seu espaço central nos céus, era como se Ele continuasse ao meu lado...
- E ainda hoje me acompanha essa terrível sensação que a Natureza me deixou como amada recordação.
- Ainda que os caminhos da vida sejam sempre bifurcados... 






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