A consciência social de Raul Brandão em Os Pobres -
Vou à rua vejo e pobres, mas eles encontram-se em todo o lado: nas casas de pasto, nas igrejas, à saída dos cafés, nos transportes públicos, nos supermercados, pendurados nos quiosques.
- Por todo o lado se multiplicam sinais de pobreza que, aliás, coabitam com os sinais contrastantes de riqueza. Foi essa comiseração de Raul Brandão que o fez interiorizar o problema da pobreza e dos pobres do seu tempo, que dilacerou a sociedade tornando-a num organismo amputado e multiplicador de sofrimento entre os homens.
- Aliás, onde RB apareceu mais em força, através do seu alter-ego, o Gabirú, enquadrado pela sua obra maior - Húmus - a dimensão filosófica desse problema social ganha uma nova densidade social, a qual poderia hoje encontrar múltiplas manifestações dessa pobreza e sofrimento.
- Mas o que mais impressiona no pensamento de Raul Brandão, que também era equivalente ao de Agostinho da Silva, quando este me dizia que foi com a gente simples (o povo!!!) que aprendeu a pensar e foi marcado pela vida, é uma passagem que aqui sublinho e que remete para a grandeza e originalidade da obra de Raul Brandão que jamais esquecerá essa gente, até por reconhecer que são eles, os pobres, que esperam algo dele...
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“E é da gente ignorada que levo as maiores impressões da existência. Foram os pobres que me obrigaram a pensar – foi a série de figuras toscas que encontrei na estrada, duma realidade tão grande que nunca consegui afastá-las da minha alma. Ainda hoje desfilam diante de mim os mortos e os vivos… Não posso esquecê-los: parece que todos eles esperam alguma coisa de mim.”
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