quarta-feira

O maior puxão de orelhas que um PR dá a um PM em democracia...

... Nestes 42 anos após a revolução dos cravos. 

 Nem sequer foi a oposição de Passos e Cristas que tramaram A. Costa. Quem o tramou foi o tempo.
 Sim, o Sr. Tempo: um verão persistente e arrastado associado ao furacão Ophélia - criaram a tempestade perfeita para entalar o Governo de A. Costa e denunciar a incompetência, o desnorte e a inacção que grassa na esfera sensível da Administração Interna - que tutela a Protecção Civil, bombeiros, Siresp e conexos. 

 Imagine-se que, desde Junho que aniquilou Pedrogão, o PM actua e não espera por relatórios e manda limpar as matas, põe os militares fora dos quartéis, insta os privados a fazer um melhor ordenamento das suas matas (dando-lhes incentivos, baixa no IMI, por exemplo), requalifica os bombeiros, restaura os guardas florestais, aumenta a vigilância nos pontos de vigia e toma mais um conjunto de medidas simples associadas a esse processo de prevenção, qual teria sido o resultado? 

 Melhor, certamente!!!

Resultado de imagem para marcelo e antónio costaSucede, porém, que não foi isso que o país viu desde Junho. O que viu foi alguma soberba, teimosia e obstinação em manter no activo uma ave ferida nas duas asas e que nunca soube  o que fazer e como fazer, dado o grau de complexidade e especialização que a gestão dos riscos e prevenção a incêndios implica. 

Agora que Constança foi à vida dela, desejo que tinha desde Junho, o PM tem a braços uma moção de censura (algo oportunista) mas com fundamento político e moral, e um país irado contra si e o seu Governo. Para agravar a situação, foi esse mesmo Portugal profundo que viu o PR dar um valente abanão em A. Costa, que em menos de 10h. procedeu à demissão da sua querida e protegida ministra da AI, e foi instado pelo PR a reforçar o seu mandato na AR com os partidos da geringonça, que certamente estarão solidários com o PS. 

Mas fica a lição que A. Costa aprendeu, ou devia aprender, do alto da sua disfarçada arrogância: quando deve demitir um ministro por ser politicamente improdutivo, ele deve fazê-lo sem adiamentos; adiar essa tarefa sine die, até para se proteger a si próprio, é criar as condições para bater ele próprio com a cabeça na parede sem que o país e os portugueses tenham ganho algo com essa teimosia.

 Para já acabaram-se as sefies e as selfinhas... 


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