Os incêndios e a política. O Pedrogão II, a soberba de António Costa e a rã que queria ser boi do CDS
Nota prévia: Assunção Cristas, já se percebeu, é mesmo a rã que quer ser boi, segundo a evocação do camarada Jerónimo a semana passada, por ocasião do debate parlamentar. Agora. ocorreu Pedrogão II e a Protecção Civil funcionou da mesma forma deficiente que no Verão passado, pondo em questão toda a sua estrutura de comando, o seu planeamento, enfim, a sua utilidade pública no formato orgânico que tem actualmente.
Entretanto, A. Costa agarrou-se ao relatório da Comissão Independente para fazer uma comunicação (vazia) ao país, só que, entretanto, passaram 4 meses e nada nem nenhuma responsabilidade foi assumida ou prática no terreno foi alterada com vista a garantir a segurança de vidas humanas e a salvaguarda do seu património.
Ontem, um pouco por todo o país, morreram cerca de 40 pessoas. E o PM nem um pedido de desculpas formulou ao país. Ora, esta tragédia, nunca antes vista em Portugal, gerou uma onda de indignação sem fronteiras, e até o mais pequeno partido na AR aproveitou esta onda, um pouco de forma oportunista e querendo maximizar o seu crescimento eleitoral nas eleições locais em Lisboa, para engendrar uma moção de censura ao Governo duma geringonça que está em manifesto perda de fôlego.
Com isso, Cristas e o seu csd marcam a agenda política e abrem os telejornais; o PSD não existe politicamente, e Santana Lopes é o dejá vu cuja receita acabará no caixote do lixo da história, pois mesmo que emocione o partido das santanetes nunca mobilizará o país, que já o conhece bem e não gosta do que ele representa nem lhe reconhece competência para liderar Portugal.
No plano imediato, ganha Cristas e o cds; o psd fica mais marginalizado do processo de fabricação do agenda-setting em Portugal; e A.Costa - porque não soube tirar ilações políticas desde o Verão, e não era apenas demitir a sua ministra predilecta que se impunha, mas introduzir alterações de fundo no funcionamento da Protecção Civil (hoje inoperante), - verá a sua vida dificultada doravante e autoridade diminuída.
Até mesmo na sua relação com o PCP - que ficou mais tensa após as autárquicas (e o PCP ter ficado sem uma dezena de câmaras que voaram para as mãos do PS) e o BE - que se tornou mais reivindicativo.
Cristas, de facto, é a rã que quer ser boi, mas nesse processo, como explica a fábula, pode estourar...
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