As memórias selectivas de cavaco
Se cavaco queria verdadeiramente alinhar as suas memórias poderia começar por aquelas que tão gravosas consequências tiveram no tecido económico, na vida de famílias e de particulares e que, ainda hoje, estão a provocar um grave rombo no erário público, logo nos impostos que todos e cada um dos portugueses têm de pagar ao Estado pelos crimes económicos e financeiros praticados durante anos por ministros e amigos do círculo íntimo de Cavaco.
Mas, de facto, toda a estrutura mental de cavaco é capciosa, oblíqua, egoísta, corporativa e interesseira, visando proteger todos esses players. Ou seja, toda a sua preocupação narrativa, ainda que coincida em alguns pontos com a verdade dos factos, revela - na sua estrutura dorsal - uma cirúrgica memória selectiva na forma como o autor se vê a si mesmo, vê os outros e, por extensão, olha o mundo.
Mas o mundo é, de facto, muito maior do que o umbigo de cavaco e de Sócrates. Que poderia ter aproveitado mais esta oportunidade para falar do país, dos rumos de desenvolvimento e das grandes opções que, em rigor, cavaco sempre desconheceu. Pois ele só soube governar quando jorravam milhões de €uros por dia resultantes dos Fundos comunitários de Bruxelas que serviram (e bem, embora fosse uma condição insuficiente) para construir hospitais, estradas e escolas.
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