A fábrica das Comissões de Inquérito e a judicialização da política
Desesperado e na ânsia de sobreviver politicamente a este novo ciclo político aberto com a geringonça, Passos sabe que só se aguenta se conseguir alimentar a crise da CGD cujo carburante é a troca de SMS entre Centeno e Domingos.
A demissão do sr. Matos Correia de presidente da Comissão de inquérito à CGD, com aquele ar emproado e que o país desconhecia, foi mais um golpe de teatro da Junqueira para agradar à Lapa, à falta doutros expedientes lamentáveis que esta miserável democracia vai registando.
Na sucessão destas crises artificiais, o país ficou a saber outras coisas ainda mais graves do que o clamor em torno daquelas sms, é que além de Mª Luís Albuquerque ter mentido em torno dos contratos SWAps que, esses sim, provocaram milhões de €uros de prejuízo aos cofres do Estado - o Fisco - ao tempo da gestão ruinosa de Passos e Paulo Núncio (quando Paulinho Portas era o verdadeiro chefe do Executivo) - assobiou para o lado para deixar passar o comboio dos milhões sem o devido pagamento do imposto pela saída desses capitais.
Assim, pagam os contribuintes portugueses pela banca que executou a grande fuga de capitais em Portugal para os vários paraísos fiscais.
Isto é o resultado de as comadres se zangarem, descobre-se sempre a verdade, ou seja, a direita pafiosa tentou queimar Mário Centeno usando e abusando das tricas dos sms, e, agora, para neutralizar essa mesma direita alguém foi buscar à fábrica das verdades (descobertas ao retardador) "os podres" que pontuaram a gestão ruinosa do governo austeritário de Passos, Portas, Gaspar, Mª Luís Albuquerque e, claro, o inspirador diabólico de tudo e todos: o diabinho Schauble.
No fundo, se queremos saber como funciona verdadeiramente o sistema político e partidário português, é por em conflito les uns et les autres pela luta pelo poder: a direita destituída de Passos e Cristas queria os sms de Mário Centeno e Domingos; agora, a esquerda quer saber por que dormia tanto Paulo Núncio que deixou passar, mesmo sob as barbas da Autoridade Tributária (que tutelava), os vagões de dinheiro para o exterior sem o devido pagamento do imposto de capital na fronteira.
Perante todo este mega-esquema de fraude, corrupção, conluio, conivências entre secretários de Estado, advogados, a banca, empresários, deputados e tutti quanti - o país assiste a um deputado - em nome dos seus bons princípios (que todos desconhecemos o verdadeiro significado) - fazer o mais provinciano golpe de teatro para insuflar de Oxigénio ao desnutrido cadáver político adiado personificado em Passos Coelho. No fundo, foi esse o significado político daquela demissão da presidência da CI da parte do sr. Matos correia.
Quer dizer, a direita pafiosa, de que faz parte este insignificante deputado que nenhum serviço prestou ainda à República, enquanto doutrinava a ética e as virtudes da austeridade (que rebentou com o tecido económico e expulsou cerca de meio milhão de portugueses e alargou a base da pobreza em Portugal) cortava nos salários, pensões e apoios sociais dos portugueses. E Schauble, do alto daquela sua cadeirinha de rodas mirabulante - ria-se perdidamente -enquanto assistia a Alemanha a enriquecer com o empobrecimento das economias e das sociedades periféricas.
É a hora para mandar parar aquele comboio e num dos vagões meter o Gasparzinho, o Paulo Núncio, a Mª Luís Albuquerque e o cada vez mais descabelado Passos Coelho - e interrogá-los, esses sim, numa Comissão de Inquérito cujo teor poderia ser algo como o esbulho à economia portuguesa entre 2001-15. Quem sabe o deputado Matos correia aceite tomar posse da sua comissão e assegurar a ordem dos trabalhos, em nome dos seus bons princípios, tá claro!!!
Talvez desse resultados surpreendentes. Mais do que a troca de sms entre Centeno e Domingos que os portugueses estão carecas de saber no que deu.
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