domingo

O oráculo de Delfos da nova Grécia



Mais logo os gregos serão chamados a decidir se querem ser "enforcados" imediatamente, por força de mais austeridade imposta pela troika de credores, ou se preferem desenvolver a ilusão de que, afinal, o processo respeitante às suas vidas poderá ser mais aliviado, mais digno, mais democrático e mais participado pelo povo grego. A decisão em transe recentra-se entre o péssimo e o mau. É assim uma espécie de viagem de regresso aos fundamentos antigos, e em que os gregos mais velhos se deslocavam à antiga cidade de Delfos, hoje inexistente, para colocar questões aos deuses. Em face das dificuldades financeiras, políticas e sociais é, hoje, mais difícil avançar com profecias, que na época a.C. eram consideradas verdades absolutas.

A Pitonisa hoje é a srª Lagarde, Draghi e o directório alemão mais a entourage de idiotas que, caninamente, gravita em torno dessa pandilha de impostores europeus. E o mais curioso, especialmente quando se mira Atenas a partir das colinas e lentes de Lisboa, é que Portugal só não está a viver a tragédia grega porque por cá a máquina fiscal teve ordem para esbulhar, penhorar, confiscar tudo a todos, muitas das vezes de forma arbitrária, ilegal e desumana. Mas esse método também é o que distingue Passos Coelho, Mª Luís Albuquerque e Vitor Gaspar de Tsipras e de Varoufakis.Para estes parece não valer tudo a todo o tempo.

Estes preferem abandonar o governo caso o "Sim" apoiado pela troika vença no referendo; Passos & Compª preferem bajular Merkel para mostrar serviço ao directório, nem que essa austeridade tenha sido feita - como foi - à custa de centenas de milhar de desempregados, milhares de empresas falidas, quase meio milhão de emigrantes compulsivos, cerca de 3 milhões de pobres e uma profunda injustiça e crescente desigualdade social entre os portugueses. Eis o resultado dos 4 anos da desgovernação de Passos em Portugal.

Vendo bem as coisas, Tsipras e Varoufakis ao pé de Passos e de Vitor Gaspar, que após ter destruído o tecido económico em Portugal escreveu uma carta de demissão a reconhecer o erro e a justificar não ter mais condições para continuar no cargo,  são uns meninos do coro. 

Ou seja, este PSD + CDS comparado com o Syrisa - é que são os verdadeiros radicais. E para agravar a situação, essa gente ainda está à frente do governo de Portugal.

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