terça-feira

Médicos do Garcia de Orta mantêm-se demissionários

Nota prévia: O braço-de-ferro entre os chefes de serviço do Hospital Garcia de Orta e o ministro da Saúde que permite que os nossos idosos morram que nem tordos nos corredores dos hospitais - apenas por falta de verba para contratar pessoal clínico adequado e prestar o apoio clínico necessário às solicitações da área - revela bem as fragilidades deste Governo, das políticas públicas na área da Saúde e nas demais áreas de intervenção económica e social em que o XIX Governo (in)Constitucional nada mais sabe fazer do que aumentar impostos, fazer cortes cegos na Administração Pública (tornando os serviços públicos mais deficientes à comunidade), despedir e tornar precários os vínculos laborais e assim por diante. 


Em rigor, não há uma única área da economia e sociedade em que o registo do alegado Governo apresente um saldo positivo. Até mesmo a disfarçada humildade do ministro Opus Macedo não é senão um traço de arrogância e prepotência que agora resvala contra a resiliência dos chefes do Serviço de Urgência do referido hospital. 


Um dos problemas de Paulo Macedo é que ainda não conseguiu distinguir a diferença entre seguros de saúde e a saúde das pessoas, o que não surpreende, atendendo à sua cultura profissional de origem. 


Um dia destes, disfarçado de Delegado de Propaganda Médica - ainda o veremos tentar vender seguros de saúde nos corredores dos hospitais do Portugal profundo onde morrem os nossos velhos. 

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Afinal, não há recuo. Médicos do Garcia de Orta mantêm-se demissionários, link

por Lusa
Afinal, não há recuo. Médicos do Garcia de Orta mantêm-se demissionários
Fotografia © Leonardo Negrão / Global Imagens
Os sete chefes de serviço das urgências do Hospital de Almada garantem que continuam demissionários, apesar de esta tarde, após reunião com conselho de administração, ter surgido a informação de que haviam recuado.
O presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou hoje um conjunto de medidas para melhorar o atendimento nas urgências, mas os sete chefes do Serviço de Urgências reafirmam que continuam demissionários.
"Na sequência de reunião tida hoje com o Conselho de Administração, vimos reafirmar a nossa posição demissionária. Aceitámos participar ativamente em reuniões de organização/reestruturação do Serviço de Urgência, contudo ainda não se desenham resultados e a nossa posição mantém-se inalterada", afirmam, em comunicado enviado à Lusa, os sete chefes do Serviço de Urgências do Garcia de Orta, que pediram a demissão na segunda-feira.
Esta tarde, no final de uma reunião com o Conselho de Administração, surgiu a informação de que os médicos haviam recuado. Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou que os sete clínicos iam colaborar na reorganização da urgência daquele hospital, tendo mesmo anunciado um conjunto de medidas concretas, com o acordo dos chefes do serviço de Urgências que tinham apresentado o pedido de demissão.
"Vamos aumentar a capacidade de internamento médico em mais 16 camas, de forma a permitir tratar em regime de alta resolução - em que este hospital tem uma boa experiência - cerca de 800 a 900 doentes por ano", disse Daniel Ferro, adiantando outras medidas concretas que, alegadamente, teriam merecido o acordo dos sete clínicos demissionários.

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