A calúnia de Apeles
Apeles está despido e de mãos juntas, rogando aos céus por uma justiça Divina. Atrás deles, na parte esquerda da pintura, está o Remorso, uma velha mulher, que olha sorrateiramente para a Verdade.
Esta para cima, remetendo à justiça Divina, e aparece nua, como a deusa Vênus, sem nada a esconder, tal como Apeles. Todos os demais vestem roupas, ocultando assim suas verdadeiras naturezas.
O tema dessa obra de Botticelli baseia-se numa famosa pintura do grego Apeles, descrita em fontes clássicas, e famosas no século XV, quando as descrições de Luciano dos trabalhos perdidos deste mestre clássico haviam sido amplamente traduzidas.
Apeles teria feito esta pintura ao ser injustamente difamado por um rival, Antífilos, que o acusou diante do crédulo rei do Egito, Ptolomeu, de ser cúmplice de uma conspiração. Após Apeles provar sua inocência, vingou-se pintando o quadro.
Em sua obra, Botticelli manteve a estrutura cênica da composição das figuras de acordo com a descrição de Luciano, e criou um cenário de arquitetura ricamente decorada para ele.
Um homem inocente é arrastado diante do trono pelas personificações da Calúnia, da Malícia, da Fraude (Dolos) e da Inveja. Eles são seguidos, de um lado, pelo Remorso, uma velha que se vira para enfrentar a Verdade nua, que aponta para o céu. A nudez da Verdade a relaciona ao jovem inocente, cujas mãos postas significam o apelo a um poder superior. [...]
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