quinta-feira

Crónica duma morte anunciada: a morte deste regime de ultras e arrebentas



Revista «Análise Social» suspensa devido a «linguagem ofensiva»

Polémica entre o diretor do Instituto de Ciências Sociais e o diretor da publicação cinquentenária devido a ensaio visual com graffiti que satirizam políticos e representantes do capital, link

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A revista Análise Social foi suspensa terça-feira pelo diretor do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, José Luís Cardoso, por conter um ensaio visual com «linguagem ofensiva». A publicação, cuja edição online já se encontrava disponível, estava a ser impressa na tipografia quando a ordem foi dada e esses exemplares agora «serão destruídos», adiantou o diretor do ICS à TVI24.

O ensaio visual intitulado A luta voltou ao muro, da autoria de Ricardo Campos, é de «mau gosto e uma ofensa a instituições e pessoas que eu não podia tolerar», justifica o diretor do ICS, que transfere o discurso dos graffiti para o discurso do autor. Além disso, esclarece ainda, o ensaio funciona como ilustração e «não passa pelo processo de avaliação científica», ao contrário das restantes reflexões académicas contidas no número 212 da Análise Social, que foram «submetidas à avaliação pelos pares».

Para o diretor da Análise Social, João de Pina Cabral, está em causa «um gesto de censura». O antropólogo, atualmente a lecionar na Universidade de Kent, na Inglaterra, explicou por e-mail àTVI24 que foi informado segunda-feira pelo diretor do ICS da decisão de «retirar de circulação» o mais recente número desta revista, que se publica trimestralmente desde 1963. [...]

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Obs: Esteticamente, os graffiti parecem-me sofríveis, qualquer aluno da António Arroio faria melhor e seria mais criativo. 

Por outro lado, todos sabemos que os sacrifícios impostos pelo alegado governo tem destruído a economia nacional e depauperado os portugueses, obrigando-os a emigrar E cuja consequência dessa barbárie social é a desertificação do país e o agravamento crescente das assimetrias regionais entre o litoral e o interior. 

O termo usado seguido da palavra "sacrifícios" é, de facto, forte. Sugiro um substituto para satisfazer o excesso de zelo do sr. director da instituição em causa, nesse termo havia vantagem em desenhar umas asas ao membro viril que tanto afectou a consciência daquele zelador e, em conformidade, se passasse a designar o dito membro de "PASSARALHO", ainda que o termo original tenha marcado presença assinalável na literatura moderna e suscite uma forte emoção...

O passaralho é, assim, a metáfora da conjuntura: serve para nomear este miserável governo, os seus gravosos resultados para a economia nacional e a desesperança que instilou em todos e em cada um dos portugueses.

No meio de tanto problema sério na sociedade portuguesa, aparecer este excesso de zelo é como tentar citar um poema de Bocage, como A Água, por exemplo, no meio dum incêndio.

Todas as épocas têm os seus delatores, todos os tempos conhecem os seus zeladores e carrascos; todos os regimes têm, afinal, os seus fdp, só para evocar o grande poeta, Alberto PIMENTA. 

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