quinta-feira

A prisão do Gungunhana pelo “valente Mouzinho



A prisão do Gungunhana pelo “valente Mouzinho, dn

 Em 1985, por ocasião do décimo aniversário da independência de Moçambique, os presidentes Ramalho Eanes e Samora Machel acordam  na transladação. Os restos mortais do antigo imperador de Gaza são entregues pelas autoridades portuguesas a Moçambique, que organiza  as exéquias solenes. Houve dúvidas suscitadas e nunca esclarecidas sobre a autenticidade das ossadas desenterradas no Cemitério da Nossa Senhora da Conceição.
Dono de vasto império, Mudungazi filho de Muzila e neto de Soshangane – que vindo do Sul criara e ocupara terras e povos entre o rio Incomáti e a margem esquerda do Zambeze e do oceano Índico até à nascente do rio Save – ascenderia ao poder em 1884 mudando o nome para Ngungunhane. Ficaria conhecido pelos portugueses por Gungunhana, o “leão de Gaza”. O seu pai, anos antes, com o apoio de comerciantes portugueses e do governador da então Lourenço Marques venceria a batalha familiar pela posse das ricas e imensas terras, que se estendiam por mais de metade da atual Moçambique, parte do Zimbabwe e parte da zona norte da África do Sul, rasgando o acordo de vassalagem a prestar a D. Luís e aproximando-se das boas reações com os ingleses, que tal como os alemães cobiçavam o reino de Gaza e o porto de Lourenço Marques. Pouco meses depois da sua subida ao poder, Gungunhana assistiria ao retalhar, a cor-de-rosa, do mapa africano, pelas potências europeias na Conferência de Berlim, e ao Ultimato britânico a Portugal – que haveria de dar origem ao hino nacional, A Portuguesa – a que D. Carlos cederia de imediato. [...]
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Obs: Fragmentos da história luso-moçambicana que é útil recuperar, até para evitar erros na vida das nações, agora já (in)dependentes - no quadro das interdependências complexas do xadrez regional, internacional e global.
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