sexta-feira

Papa Chico reinventa a Bíblia e teoria o capitalismo (de rosto humano)

Nota prévia: O Papa Chico - com o seu profundo humanismo, empatia e proximidade junto das pessoas do mundo inteiro, especialmente dos mais necessitados - está a re-teorizar aquilo que deve ser o capitalismo na sua relação com as pessoas e o mundo do trabalho e das organizações. Ao preocupar-se publicamente com o desemprego global que afecta hoje os jovens em todo o mundo (impedindo que possam ter dignidade e um projecto de vida) - o Papa está a inscrever esse tema nas agendas políticas estatais, obrigando também as organizações internacionais, as empresas multinacionais, os intelectuais, os financeiros, os teólogos, enfim, os homens de negócios de todo o mundo a desenvolver uma nova percepção sobre o problema do trabalho e a forma como ele se poderá reorganizar nos vários Estados nacionais. O Papa Chico está, assim, a colocar pressão junto dos decisores para que algo de substancial mude, e ao fazê-lo não só contribui para refazer um capitalismo de rosto humano como também é capaz de dar um novo sentido ao livro dos livros: a Bíblia. 



Existem muitos cristãos que vêem Jesus como socialista –Hugo Chávez, por exemplo, que costumava dizer: “Jesus Cristo foi o primeiro socialista da História: dividiu o pão e o vinho. E Judas foi o primeiro capitalista: vendeu Jesus por trinta moedas”. No Novo Testamento, o discurso de Cristo sempre em favor dos pobres e radicalmente contra os ricos colabora para esta percepção.
Esta semana, o papa Francisco publicou sua primeira exortação apostólica,Evangelii Gaudium, em que faz severas críticas ao capitalismo, ao consumismo e à cultura do dinheiro. Não é a primeira vez. Em setembro, o argentino já tinha pronunciado um discurso anti-capitalista na ilha da Sardenha, na Itália. “Neste sistema sem ética, no centro, há um ídolo, e o mundo tornou-se idólatra do dinheiro”, disse então.[...]

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