Património Câmara de Lisboa põe à venda 100 milhões em imóveis - por Rita Tavares -
A lista de imóveis passíveis de serem vendidos, a que o Diário Económico teve acesso, mostra que há dois edifícios da Câmara, um no Príncipe Real e outro na Alexandre Herculano (onde funciona o departamento de Prevenção Rodoviária e Tráfego) que são aqueles “cuja desocupação se afigura como eventualmente mais fácil”.
Na calha da alienação estão ainda quatro palácios – Marim-Olhão, Pancas-Palha, Marquês de Tancos e Benagazil – e cinco lotes distribuídos pelo Alto dos Moinhos, Furnas, Olaias, Algés e Benfica.
A lista é a mesma que tinha sido encomendada aos serviços da Câmara pelo ex-vereador das Finanças, Fontão de Carvalho, estando agora a ser trabalhada pelo Executivo de António Costa.
Desse trabalho resultou já a inclusão prioritária de dois lotes em Entrecampos (junto ao empreendimento da EPUL, na Avenida das Forças Armadas). Ao DE, o novo vereador das Finanças, José Cardoso da Silva, disse que estes terrenos, “avaliados em 28 milhões de euros”, serão vendidos já “em 2008”.
A lógica de venda de património da nova gestão camarária depende da reorganização dos serviços da autarquia, porque, diz Cardoso da Silva, “é preciso emagrecer primeiro para libertar depois os imóveis”. Num primeiro momento, a equipa de Costa ponderou utilizar já em 2008 a receita extraordinária de 100 milhões de euros prevista (“em números grosseiros”, previne o vereador das Finanças) para despesas de investimento, mas António Costa quer manter a prioridade política na redução da dívida. Assim, ficou decidido que “a venda de património é apenas para reduzir a dívida”.
A prioridade política absoluta na redução da dívida da Câmara pode ser a garantia que faltava para que, desta vez, o processo não fique parado nas burocracias que até agora têm atrasado estas operações. É que já em 2004 o Executivo camarário prometia vender estes e outros imóveis, mas sem sucesso, por falta de alvarás de loteamento e de infraestruturas nas áreas envolventes prometidas pela Câmara. Enquanto isso não for feito, este património mantém-se intocável.
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