O festim - por António Vitorino -
Obs: António Vitorino socorre-se aqui daquele que foi, talvez, o melhor historiador do pós Guerra Fria que explicou ao mundo o processo das chamadas revoluções de veludo e das transições (democráticas) da Europa central e de leste, na sequência da implosão da ex-URSS e da queda do Muro de Berlim - para explicitar a gigantesca fuga de informação da história da América. Que, por desleixo, traição ou desafio informático foi desenvolvido e que um bando de activistas sem escrúpulos da W. racionalizou metendo a boca no trombone, apenas com o propósito de embaraçar, achimcalhar e debilitar o aparelho diplomático da República Imperial e da Europa - obrigando, doravante, a rever todo o quadro de confiança e o formato das comunicações politico-diplomáticas que terão lugar no futuro com as demais nações.
Naturalmente, é o aparelho diplomático norte-americano que fica mal na fotografia, porque se revelou tremendamente incompetenete para guardar as suas próprias informações, mas o mundo das ONGs e dos Movimentos Sociais Anti-Globalização que faz desse festim um permanente carnaval - com a justificação de que é urgente atacar o capitalismo neoliberal fixado pelo velhinho Consenso de Washington - também merecerá devida ponderação, até porque já existem inúmeros dissidentes da W. fundada-financiada e gerida autocráticamente por essa pseudo-Joana D' Arc dos novos tempos, que declarou querer refundar a Wikileaks numa organização decente e com finalidades verdadeiramente vocacionadas para a preservação da paz e da seguranças internacionais. Mas isso é o que todas as ONGs dizem para angariar fundos, depois o que fazem com eles é outra "estória".
Tudo isto é revelador de que a W. não passa dum mensageiro agiota que procura ganhar algo com a divulgação em massa de informações, nem que, para o efeito, tenha de esfrangalhar a democracia, a liberdade e a segurança, valores que ela diz defender.
E em Portugal, através do zeloso BE, já há vontades que vão multiplicar os "sites-espelhos" da organização a fim de continuar o festim que, afinal, todos já conhecíamos.
Com sorte (ou azar) ainda se vem a descobrir alguns vícios mais íntimos de alguns membros do BE, da esquerda-caviar que veste Lacoste e anda vela Seaside - revelando que o mundo está perigoso e os factos, esses, estão cada vez mais "subversivos", como diria o historiador citado por AV.
Neste caminho, não devemos omitir que a maior das humilhações feita pela Wikileaks de Assange, é o atestado de incompetência que ele passa à classe dos jornalistas no seu conjunto, aliás, o fundamento para o que Assange fez radica, precisamente, na incompetência dos jornalistas por, no seu entender, estes terem deixado de assegurar a sua função de "cães-de-fila" dos políticos, o que diz muito acerca de les uns et les autres. De tal maneira que se tornam quase indistintos.
E o mais estranho nesta ofensa colectiva à classe, é que os desgraçados dos jornalistas comeram e calaram...
Pergunto-me porquê?!
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