Dissidentes da Wikileaks vão lançar outra organização
Dissidentes de Assange quer adoptar uma aobrdagem diferente (Gary Hershorn/Reuters).
Público Os activistas em causa, como Daniel Domscheit-Berg, de 32 anos, criticam a WikiLeaks, criada em 2006 pelo australiano Assange, por se concentrar demasiado nos Estados Unidos e pretendem divulgar documentação mais abrangente, oriunda também de outras diplomacias. Julian Assange tem sido o rosto mais visível de uma organização que se apresentou como tendo sido fundada por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e técnicos dos Estados Unidos, de Taiwan, da Europa, da Austrália e da África do Sul. Depois da publicação no domingo de mais de 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos, Assange está na calha para vir a ser considerada pela revista “Time” a Personalidade do ano de 2010, mas também tem atrás de si a Interpol, segundo a qual a Suécia o quer interrogar por uma acusação de delito sexual, que já negou. Os antigos companheiros criticam o estilo supostamente autocrático deste activista de 39 anos, já galardoado no Reino Unido pela Amnistia Internacional, tendo divulgado uma sua nota interna: “Sou o coração e a alma desta organização, o seu fundador, filósofo, organizador, financeiro e tudo o mais”. Agora, o grupo dissidente tenciona lançar a sua plataforma. Ainda não divulgou o nome, mas esclareceu que não se trata de entrar em competição com a velha fórmula, antes adoptando uma abordagem diferente. Enquanto isto, a mãe de Assange, Christine, pediu na cadeia australiana de televisão ABC que deixem de lhe perseguir o filho, sob a suspeita de “violação e agressão sexual”. “Muito do que dizem sobre Julian é falso”, afirmou Christine Assange, que segundo a ABC tem um teatro de marionetas na localidade de Noosa, no estado australiano de Queensland.
Obs: As informações reveladas por Assangue são peanuts, qualquer observador atento dos materiais políticos transnacionais acha uma pura banalidade aquelas revelações de lana-caprina. Por outro lado, a forma autoritária como o seu fundador gere a organização prenuncia problemas e dissidências, como se lê, além duma obsessão doentia com os EUA. Seria mais natural e útil à humanidade que a Wikileaks dirigisse as suas baterias "espioneiras" relativamente aos países asiáticos e africanos que ainda praticam a ditadura de partido único alicerçado em cliques militares, altamente corruptas e criminosas, mas Assangue, ao que parece, tem uma fixação com a maior superpotência do mundo. Neste quadro complexo não me admiraria que o dito aparecesse embrulhado num lençol negro numa valeta nos arredores de Washington dc, gerando uma terrível confusão acerca da identidade de quem o irá eliminar: a CIA ou qualquer outro serviço de intelligencia, ou ainda os inimigos internos que pretendem democratizar as finalidades da organização, incluindo no seu objecto outro tipo de denúncias. A espionagem, tal como a prostituição, é das actividades mais antigas do mundo, e não há nenhum país que abra mão dela para sua própria sobrevivência e gestão da informação que, actualmente, é o principal activo nos processos de tomada de decisão. Esta organização ainda não trouxe nada de novo à humanidade, e o argumento de de que existem para suprir o mau jornalismo é falacioso, a sua existência é mais perniciosa do que útil. A sua grande utilidade reside em revelar uma velha verdade na vida das nações e do próprio sistema internacional: não raro, os inimigos dormem connosco, em nossa própria casa, na nossa própria cama. Presumo que Assangue se cansou de matar kangurus na Austrália, em vez disso passou a minar a confiança entre as nações. Um dia para de respirar sem saber porquê.
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