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"A Rede Social": O pouco social pai do Facebook

A Rede Social": O pouco social pai do Facebook, Expresso
Era um mestre da programação mas um inapto em termos sociais. Estreia hoje nos cinemas nacionais o filme sobre como Mark Zuckerberg criou a revolucionária rede social Facebook.
"A Rede Social" ("The Social Network") é um filme envolto em polémica e que, inevitavelmente, irá causar impacto pelo tema que aborda: o conturbado processo da criação do Facebook, a rede que em meia dúzia de anos causou um pequena revolução levando milhões de pessoas a exporem na Internet a sua vida privada.
Atualmente, a rede conta com qualquer coisa como 500 milhões de utilizadores em todo mundo, 2,7 milhões em Portugal. A ironia das ironias é que o pai do Facebook, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), era um jovem génio da informática mas um inapto em termos sociais.
Segundo o filme, a principal motivação de Mark Zuckerberg foi mesmo o conseguir alguma popularidade no competitivo ambiente de Harvard, e pelo meio do processo deixou vir ao de cima o ressentimento por ter sido deixado de fora dos elitistas clubes da universidade.
O argumento, de Aaron Sorkin, é baseado no livro "Milionários Acidentais - A criação do Facebook: uma história de génios, sexo, dinheiro e traição", de Ben Mezrich, a quem o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), o antigo melhor amigo e colega de Zuckerberg, contou a história de como acabou por ser excluído do Facebook, que co-fundou e financiou inicialmente.
A "vingança" de Zuckerberg
Saverin dá a entender que Mark Zuckerberg procurou desse modo vingar-se, por ter sido convidado a aderir a um clube que a ele lhe fechava as portas. Aliás, também outros membros do clube, os gémeos Winklevoss (Armie Hammer e Josh Pence), processaram Zuckerberg, nesse caso sob a acusação de lhes ter roubado a ideia por detrás do Facebook.
Mark Zuckerberg optou por não dar a sua versão da história, recusando-se a prestar qualquer declaração ao autor do livro, que lhe acabou por fazer um retrato muito pouco abonatório.
Pior imagem tem ainda Sean Parker (interpretado pela estrela pop Justin Timberlake), o pai do Napster, que se associou a Mark Zuckerberg numa altura que o Facebook estava prestes a tornar-se num fenómeno mundial. A perspetiva do filme é que, após ter não conseguido fazer fortuna com o site que popularizou os downloads de música ilegais, Parker viu no Facebook a sua grande oportunidade, tendo contribuído para que Saverin fosse ludibriado e deixado para trás.
A realização de David Frincher
O realizador David Frincher (o mesmo de filmes como "Clube de Combate", "Sala de Pânico" ou "Estranho Caso de Benjamin Button") diz que a história teve de sofrer algumas adaptações na transposição para cinema.
Mostrar alguém a programar será porventura cinematograficamente tão desinteressante como mostrar alguém a escrever. Frincher resolve o "problema" procurando explorar a perspetiva de como os tão entediantes e socialmente inaptos geeks da informática de repente conseguem o seu momento de glória, colocando-se no centro da revolução de relacionamento social que o Facebook representou, num enredo cheio de adrenalina, de ritmo acelerado, recheado dos volte-face e conflitos que a criação da rede social suscitou. Obs: Divulgue-se e confronte-se o criador do FB com esta história.

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