quarta-feira

Cavaco e o Facebook: mais um factóide de jornalês nesta República à beira-mar mal plantada

Há já quem diga que o ardente desejo de Cavaco conhecer pessoas novas levou-o a procurar no Facebook uma nova plataforma de relacionamento pessoal e institucional. Uns defendem que o fez para compensar o receio de falar em público; outros advogam que é para criticar a classe política da qual ele, seguramente, não faz parte, porque é um santo; outros ainda dizem que a sedução do PR pelas TIC é tardia, mas sincera. Há de tudo. Esperemos, todavia, que tal não se deva a uma crise conjugal estrutural - que comprometerá a futura eleição para Belém, com o risco de, nestas coisas internéticas, aparecerem sempre "estórias" e narrativas antigas de namoros não correspondidos, paternidades não assumidas, dívidas não liquidadas, acções cotadas fora dos mecanismos legais e assuntos conexos. O lado positivo deste tipo de factóides ou não-notícias, é o de animar a classe jornalística - que é, por regra, fácil de seduzir e de enganar, deixando-os a falar 24h. sobre este factóide sem qualquer interesse. É, contudo, sempre mais distractor do que mastigar o "bolo-rei" do OE para 2011. Até porque é bem mais grave os casos de fraude, corrupção, evasão fiscal cometidos à sombra do cavaquismo - de que Oliveira e Costa é o expoente - do que criticar os nossos medianos deputados que, malgré tout, ainda não andam literalmente à pancadaria como ocorre nos parlamentos nipónico, coreano, na duma russa e em inúmeros outros fora internacionais que dão uma pior imagem do que é a vida pública nesses países. Ou seja, Cavaco ainda não começou a campanha, mas os seus marketeiros já começaram a fazer o ensaio geral com este tipo de testes que se recortam na tipologia dos factóides lusitanos emanados do Palácio de Belém via travessa do Possolo. É deveras estranho este amor tardio de Cavaco pelo facebook, mas há sempre ingénuos e idiotas úteis que compram este tipo de pseudo-factos. É por isso é que existe uma disciplina ligada à Sociologia dos media, para despistar as falsas notícias dos factos verdadeiros com interesse efectivo na polis, e este é, definitivamente, uma 1ª incursão nos media para começar a afinar a máquina de campanha - que também se fará pela via virtual. Ainda que se justifique a jogada com a circunstância de os nossos deputados serem muito malcriados. Há também aqueles que quando foram nomeados ministros, telefonam ao Pai e dizem: paizinho, já sou ministro!!!
By the way, será que o dr. Dias loureiro (o famoso poeta de Coimbra) também tem página no Facebook?!

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